A Polícia Federal em ação conjunta com a Controladoria Geral da União – CGU deflagrou, na manhã de ontem (07), a Operação Paradise com o objetivo de desarticular um esquema de desvio de dinheiro público na prefeitura de Araripina, Estado do Pernambuco. O grupo desviava recursos que deveriam ter sido utilizados na construção de escolas, creches e quadras poliesportivas com verbas oriundas do Ministério da Educação.
Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão temporária nas cidades de Araripina/PE, Juazeiro do Norte/CE, Assaré/CE e Jaicós/PI. Dentre os presos encontra-se o empresário piauiense Luciano Gil Mendes Coelho, que também é ex-inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA-PI) localizado na cidade de Paulistana.
Segundo nota divulgada pela PF, investigações que culminaram nesta operação se iniciaram em 2013 e revelaram que havia um acordo entre os licitantes para fraudar as licitações, uma vez que, pela análise dos quadros societários das empresas licitantes e vencedoras, haviam empregados domésticos e parentes dos principais envolvidos. Foi verificada, também, a concessão de descontos padrões nas ofertas realizadas, típico de quem não está realmente disputando a licitação.
Após a licitação, com a assinatura do contrato, não era a empresa vencedora que executava a obra, mas as empresas de parentes de algum político do município. Verificou-se também o não pagamento dos encargos sociais (não recolhimento do INSS e do FGTS), o prolongamento no tempo das obras com o objetivo de se fechar mais contratos e obter mais lucro. A investigação apontou ainda o pagamento pela prestação de serviços que não eram executados. Em alguns casos esses pagamentos eram efetuados mais de uma vez.
De acordo com a PF, os engenheiros da Prefeitura de Araripina inseriam dados falsos (fotografias e testes de medições nos sistemas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE) para liberar os recursos federais.
Mais de 200 policiais federais e fiscais da CGU participaram da operação. Os presos foram conduzidos para a delegacia de Polícia Federal em Salgueiro, em Pernambuco, para serem interrogados.
Eles serão indiciados pelos crimes de associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informática, falsidade ideológica, frustrar o caráter competitivo do procedimento licitatório, peculato, prevaricação, sonegação de contribuição previdenciária, uso de documento falso e corrupção passiva.
Nome da Operação
O nome da operação é uma alusão a um condomínio fechado, denominado Paraíso (Paradise, em inglês), que um dos investigados estava construindo na cidade de Araripina.
Fonte: PolÃcia FederalEdição: PortalODIA.com