A Polícia Federal prendeu nove pessoas suspeitas de fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As prisões ocorreram em Timon (MA) e Teresina (PI) e os presos foram encaminhados à delegacia da PF de Caxias para prestar depoimento. Dos presos, sete eram agenciadores e dois servidores do INSS lotados em Timon, mas residentes na Capital piauiense, inclusive um deles era gerente da agência da Previdência Social.
O foco do esquema fraudulento ocorreu nesta quarta-feira (29), na cidade de Coelho Neto (MA), onde a associação criminosa atuava. Segundo o delegado da PF, Geraldo Alencar, os captadores passam as informações para os servidores, que fraudavam a fila nacional de benefícios, atraindo para si a concessão, ou colocando comandos diferentes no sistema que faziam com que eles pudessem conceder rapidamente o benefício, e assim conseguiam obter um proveito financeiro com a concessão fraudulenta desses benefícios”, explicou.
(Fotos: Reprodução/Polícia Federal)
A investigação teve início em 2020, e levou a identificação de um esquema criminoso responsável por cooptar pessoas com a promessa de concessão de benefícios de aposentadoria por idade e pensão por morte de forma rápida. "Nós descobrimos que, em um único dia, eram protocolados e concedidos sem sequer haver um documento que instruísse esse benefício, ou seja, um indício claro de fraude”, disse o delegado.
A polícia descobriu também que os agenciadores eram proprietários de empresas de empréstimos financeiros, e, logo após a confirmação ilegal do benefício, realizavam empréstimos consignados no nome dos beneficiários, obtendo assim uma quantia significativa de forma mais rápida.
Nessa operação, foram identificados 88 processos fraudulentos, o que gerou um prejuízo de R$2,9 milhões aos cofres públicos e o prejuízo evitado gira em torno de R$27 milhões.
Foram cumpridos 20 mandados judiciais, sendo sete de prisão temporária e 13 de busca e apreensão nas cidades de Coelho Neto (MA) e Teresina (PI). Os envolvidos estão sendo investigados pela prática dos crimes de Associação Criminosa, Estelionato qualificado, Falsidade Ideológica, Uso de Documento Falso, Corrupção Passiva e Corrupção Ativa. As penas máximas para esses crimes podem chegar a 43 anos e oito meses de prisão
A Operação Hamartia contou com 60 policiais federais e foi realizada pela PF com a colaboração da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT) do Ministério do Trabalho e Previdência.