A juíza da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, Maria Zilnar Coutinho Leal, recebeu na última sexta-feira (22) a denúncia do Ministério Público contra o cabo da Polícia Militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho, acusado de matar a tiros o cabo da PM do Piauí, Samuel de Sousa Borges, após uma abordagem na zona Leste de Teresina. O crime aconteceu no dia 1º de fevereiro.
Na decisão, a magistrada frisa que é verificada a justa causa para deflagração da ação penal, uma vez que há provas da materialidade do fato, através do laudo cadavérico da vítima e indícios de autoria ou participação no crime, evidenciado por meio de depoimentos de testemunhas colhidos durante a investigação criminal.
Francisco Ribeiro dos Santos Filho, apontado como o autor dos disparos que tiraram a vida do cabo Samuel Borge, foi indicado por homicídio qualificado por motivo fútil. Segundo investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o soldado teria atirado contra o colega de farda após ser abordado pela vítima em uma moto sem placa. No momento do crime, o acusado portava duas armas, uma delas irregular. A vítima, que estava acompanhada do filho, chegou a gravar o próprio assassinato pelo celular.
Justiça recebe denúncia contra PM acusado de matar cabo do PI. (Foto: Jailson Soares/ODIA)
A defesa de Francisco Ribeiro chegou a entrar na Justiça com um pedido de recambiamento do acusado para o estado do Maranhão, local onde exerce a profissão de policial militar. No entanto, o pedido foi negado pelo juiz da Central de Inquéritos de Teresina, Valdemir Ferreira Santos, que entendeu que não cabe realizar o recambiamento do detento, em razão de se tratar de crime cometido no Estado do Piauí e o recambiamento do preso dificultaria a própria instrução criminal.
O acusado foi preso em flagrante no momento do crime e teve a prisão convertida em preventiva no dia 2 de fevereiro. Atualmente, Francisco Ribeiro dos Santos Filho espera julgamento em regime fechado na Penitenciária José Arimateia Barbosa Leite, em Campo Maior.
Por: Nathalia Amaral