Adriano Bispo Lima, acusado de torturar sua enteada de apenas três anos na cidade de Simplício Mendes, se entregou à polícia na tarde desta quarta-feira (3). A mãe da vitima, que também foi indiciada por crime de tortura e tortura de omissão, foi presa na manhã de hoje. O caso de violência veio à tona após repercutir nas redes sociais o vídeo da criança sendo agredida. De acordo com o delegado José Wellington, responsável pela investigação do caso, o indivíduo se entregou após dois dias foragido. O acusado irá passar por audiência de custódia e, posteriormente, será encaminhado ao sistema penitenciário.
A investigação deu conta de que outros três filhos da mulher, de 16, 11 e 10 anos, também sofriam agressões constantes. A violência foi confirmada após exame de corpo delito, que constatou marcas de lesões nas crianças. “Na nossa apuração, constatamos que as agressões não existem apenas em relação a essa criança [de três anos]. Na verdade, a mãe tem outras três crianças. Todas elas são vitimadas por tortura há alguns meses, com agressões físicas, violência psicológica e verbal, inclusive pela própria mãe”, afirmou José Wellington.
(Foto: Reprodução)
O delegado explica que o casal já havia sido alvo de um procedimento policial por maus-tratos no ano passado e as torturas teriam ficado ainda mais graves há cerca de quatro meses, quando o homem passou a conviver com a família na mesma casa. Ao O DIA, o delegado informou ainda que Adriano Lima Bispo teria utilizado uma arma para ameaçar as crianças em outras ocasiões.
A mãe da criança, além de também praticar a tortura, era omissa em relação às agressões que seus filhos sofriam. Ela foi detida após ordem judicial e deve cumprir uma pena na Penitenciária de Picos. “A mãe foi indiciada e responderá pelo crime de tortura com penalidade de dois a oito anos. O crime de tortura possui algumas modalidades. Uma delas é a tortura omissão, que é aquela em que a pessoa deve agir para impedir a tortura. Esse crime é punido em até quatro anos”, explica o delegado.
Denúncias
O delegado José Wellington destaca a importância de a população realizar denúncias contra esse tipo de violência que, apesar de recorrentes, não chegam aos ouvidos da justiça. “Esse tipo de situação é uma constante nos lares, mas de forma reservada e de difícil apuração, pois acontece dentro do domicílio. Fazemos um apelo para que as pessoas que tenham alguma suspeita sobre esse tipo de delito, que colaborem com a polícia e denunciem”, aponta o delegado.
No site da Polícia Civil do Piauí é possível realizar denúncia. Além disso, existem canais digitais onde as pessoas podem denunciar anonimamente. “Nosso instrumento de trabalho é a informação. Quanto mais a população colaborar, mais efetivo vai ser o combate a esse tipo de crime”, conclui.
Edição: Nathalia Amaral