Um bebê recém-nascido foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (23), nos fundos de uma capela, no municÃpio de Esperantina, a 174 km de Teresina. Segundo a polÃcia, a mãe da criança, Ana Paula Marques, 18 anos, confessou ter partido o bebê ao meio com uma faca de cozinha. Ela foi presa e levada para a delegacia de Esperantina.
O terreno onde o recém-nascido foi encontrado fica no bairro Morro da Onça. Quando a PolÃcia Militar chegou ao local, se deparou com o cadáver sendo devorado por urubus.
De acordo com o soldado Leite, da PM de Esperantina, a polÃcia foi acionada por volta das 9 horas. "Uma pessoa ligou dizendo que tinha um corpo de uma criança abandonado dentro do cercado. Então, a Força Tática foi até o local e constatou o fato", informou.
Em seguida, a PM localizou a mãe da criança, que mora em uma casa detrás da capela. Somente a parte superior do corpo do bebê foi encontrada até agora. "Achamos estranho e perguntamos a ela. Ela confessou; é ré confessa. Disse que matou, partiu a criança ao meio com uma faca e jogou lá", afirmou o soldado.
Ana Paula recebeu voz de prisão e foi levada à delegacia do municÃpio, onde foi interrogada pelo delegado Lucas Craveiro, titular daquela unidade. "Ela deu à luz na quarta e, no mesmo dia, à noite, matou a criança, com uma faca usada para cortar carne. Ela alega que vinha sofrendo retaliação dos pais, que não aceitavam a gravidez", destacou o delegado.
Segundo ele, Ana Paula não falou com muita clareza durante o interrogatório. "Ela vai ter que passar por uma avaliação psiquiátrica. De inÃcio, com uma psiquiatra local. Será feita uma triagem e, se for o caso, ela será encaminhada, ainda hoje, a Teresina (para uma avaliação mais criteriosa)", disse Lucas Craveiro.
Se for constatado quadro de depressão pós-parto, Ana Paula responderá pelo crime de infanticÃdio, considerado menos grave que o de homicÃdio. A pena para o crime de infanticÃdio vai de 2 a 6 anos, enquanto para homicÃdio, de 12 a 30 anos.
A acusada, Ana Paula Marques
O caso alcançou enorme repercussão em Esperantina, e uma multidão se aglomerou em frente à delegacia do municÃpio. "Ela não pode ser solta até para preservar a sua integridade fÃsica, porque ela corre o risco de ser linchada", afirmou o delegado.
O delegado disse, ainda, que todas as pessoas que moram junto com Ana Paula, seus pais e duas irmãs, serão convocadas para depor. "Uma das irmãs já disse que não tinha conhecimento do crime, mas temos que aprofundar o caso, verificar se há mais alguém envolvido", ressaltou, acrescentando que ainda não há informações sobre quem seria o pai da criança.
A polÃcia ainda procura a outra parte do corpo do recém-nascido, mas há a suspeita de que tenha sido abocanhada por cães.
Por: Juliana Dias