O ex-vereador Emídio Reis foi morto em fevereiro de 2013 (Foto: Arquivo da família)
Além de Antônio Sebastião de Sá, conhecido como Antônio Virgílio, também foram assassinados sua mãe, que já era idosa, e uma mulher que trabalhava como sua cuidadora. A acordo com a Polícia, Antônio de Sá seria um dos executores de Emídio Reis.
O crime ocorreu na casa da idosa, na localidade São João, entre 23 horas e meia-noite. Segundo o delegado Everton Férrer, está claro que o crime se trata de uma execução, já que as vítimas foram atingidas a queima-roupa e nada foi levado da residência.
Os investigadores encontraram no local capsulas que aparentam ser de pistola 380, mas apenas ao final do trabalho da perícia será possível determinar a arma usada no triplo homicídio.
O delegado Aureliano Barcelos, da Delegacia de Pio IX, foi até o local do crime com sua equipe, e vai coordenar o inquérito. Policiais civis de Picos também acompanharam o delegado na diligência.
O delegado Everton Férrer afirma que a possibilidade de as execuções terem relação com o assassinato do ex-vereador Emídio Reis é uma "linha muito forte de investigação".
"Outras linhas não podem ser descartadas, mas esta é uma das principais linhas", afirma Férrer.
Um citado e um acusado no caso 'Emídio Reis' também morreram
Em novembro do ano passado, um homem identificado como João Elísio Pereira foi executado com pelo menos seis tiros a queima-roupa no povoado Mandacaru, zona rural de São Julião. Segundo testemunhas, a vítima teria sido alvo de dois homens armados que estavam numa motocicleta e usavam capacete.
Em 2013, João Elísio chegou a ser investigado pela Polícia Civil por suspeita de ter fornecido as armas usadas na execução do ex-vereador. Mas ele acabou não sendo indiciado, pois os investigadores não encontraram indícios suficientes para comprovar seu envolvimento no crime.
Um ano após a execução de Emídio Reis, João Elísio voltou a ser preso depois de ter efetuado disparos contra uma jovem de 17 anos, que seria sua namorada, e contra a mãe da adolescente.
Em fevereiro de 2016, Joaquim Pereira Neto, conhecido como Joaquim do Gabriel, morreu após sofrer um acidente de moto no centro de São Julião. Ele teria se desequilibrado ao passar por um quebra-molas e acabou caindo do veículo, morrendo no local.
A Polícia afirma que Joaquim Pereira Neto teria atuado como o agenciador da execução do ex-vereador Emídio Reis.
Emídio Reis foi alvo de tiros e enterrado ainda com vida; morreu asfixiado pela areia
A execução do ex-vereador Emídio Reis teria sido encomendada pelo vice-prefeito de São Julião, José Francimar Pereira (PP).
Em novembro do ano passado, ele e o prefeito da cidade, José Neci (PT), foram afastados do comando do Executivo pelos vereadores da cidade. Antes disso, eles também foram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma das suspeitas da Polícia Civil é que a execução do ex-vereador José Emídio foi encomendada depois que ele denunciou supostas práticas de abuso de poder econômico, abuso de poder político e compra de votos pelos gestores da cidade.
Em abril de 2016, José Gildásio Brito, apontado como um dos executores de Emídio Reis, foi condenado a 39 anos de prisão, por um júri popular.
Em abril de 2013, a Polícia Civil divulgou os resultados do laudo cadavérico de Emídio Reis Ele foi atingido por dois projéteis e enterrado numa cova rasa ainda com vida. O ex-vereador resistiu aos ferimentos à bala, mas morreu asfixiado pela areia.
Por: CÃcero Portela