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Moradores do Saci pagam segurança particular com medo de assaltos

A população também reclama que o atendimento da Polícia é deficitário, demorando até três horas após notiicação de roubo na região

20/09/2017 09:17

A sensação de insegurança e os assaltos rotineiros no bairro Saci, na zona Sul de Teresina, levam os moradores a pagarem seguranças particulares para monitorarem as ruas na tentativa de inibir a ação de criminosos na região. E esta é apenas uma das medidas adotadas pela população, que também evita sair de casa em certos horários e sempre presta atenção na movimentação das ruas antes de sair. 

Moradora há 30 anos do Saci, Maria Lindalzi Sousa conta que gasta R$ 40 mensalmente com segurança na rua, junto com outros moradores da Quadra 53. Além disso, para reforçar a segurança, a população do local também planeja implantar câmeras de segurança na rua para tentar diminuir a quantidade de assaltos. 


Os moradores se trancam dentro de casa com medo da violência que faz vítimas diariamente (Foto: Moura Alves/ O Dia)

 Ela também relata que as medidas foram tomadas porque já teve sua casa assaltada no final do ano passado e foram levados computadores, uma câmera filmadora e televisão. Ela também relata que sua filha já foi assaltada em parada de ônibus nas proximidades de sua residência, além de vizinhos que também sofreram com a ação de bandidos. 

“Nós vivemos no Saci e não tem segurança. Se fazemos projeto nas escolas, somos assaltados; se a gente faz evento em casa, é fechado. Quando a gente aciona o 190 após algum assalto, eles chegam depois de três horas. Pago um segurança pra, quando eu chegar, eu ligar pra ele vir de moto me acompanhando. Não evita, mas ameniza”, reclama. 

Maria acrescenta que a Associação de Moradores do bairro Saci encaminhou, em janeiro deste ano, um abaixo assinado reivindicando mais segurança à Câmara de Vereadores, mas não obtiveram retorno. 

O comerciante Fabiano Veloso relata que o comércio, localizado na Avenida Doutor Luís Pires Chaves, já foi assaltado e, na ocasião, seu pai, proprietário do estabelecimento, estava no local quando dois bandidos anunciaram um assalto à mão armada e levaram celular, pertences de valor e dinheiro do caixa. 

Ele ainda fala que os horários mais perigosos para se transitar no bairro são os de menor movimentação, nas primeiras horas da manhã e meio dia. “A gente fica traumatizado, preocupado. A segurança que tem já colocamos, são câmeras e cerca elétrica, o que nós esperamos é a ação das autoridades”, fala. 

 PM diz que policiamento no bairro é reforçado das 16h às 1h 

O policiamento do bairro Saci é de responsabilidade do 6º Batalhão de Polícia Militar e, de acordo com o comandante do Batalhão, major Marcelo Barros, o bairro é um dos mais bem policiados na região. São três viaturas e duas táticas atuando na área do 6º BPM, que atende também os bairros Lourival Parente e Morada Nova. 

O major explica que, no bairro Saci, o policiamento mais intenso é feito das 16h à 1h da manhã e trabalha principalmente para evitar roubos a transeuntes e comércios, ocorrências que mais incomodam os moradores e as que mais acontecem nesse horário. 

Em relação à segurança particular, o major vê a contratação desse tipo de serviço como algo que pode inibir a ação de bandidos. ”A Polícia tem seu limite e, com o individualismo que surgiu, fica todo mundo dentro de suas casas e as ruas icam vazias, e termina, de certa forma, favorecendo a ação de delinquentes. Tendo alguém na rua, tendo vigilante, aquilo pode inibir a ação”, destaca. 

Recomendações 

O comandante do 6º BPM orienta as pessoas a evitarem expor objetos de valor enquanto transitam na rua ou aguardam os ônibus nas paradas, já que isso chama a atenção dos criminosos. Ele comenta que as chances de uma pessoa ser assaltada quando não ostenta o celular, por exemplo, diminui bastante porque os bandidos tendem a passar direto caso não vejam algo passível de ser roubado. 

“Uma das modalidades que nós mais temos hoje é a ação de criminosos que circulam em motocicletas. Geralmente, eles vão passando e dando uma olhada ao redor e, quando veem uma pessoa com algum objeto de valor, eles terminam optando por escolher essa pessoa como vítima. Se essa pessoa tivesse com o objeto guardado, eles provavelmente passariam direto”, finaliza major Marcelo.

Edição: Virgiane Passos
Por: Letícia Santos
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