A Operação Entrelaçados, deflagrada nesta terça-feira (25) contra empresas suspeitas de fraudarem licitações no município de Batalha, identificou que as irregularidades envolvem também recursos da Covid-19. A investigação concluiu que eram praticados sobrepreços nos valores de itens como EPI’s e testes utilizados para o combate a pandemia do novo coronavírus. 

O superintendente regional da Controladoria Geral da União (CGU), Glauco Soares Ferreira, explicou que em uma das licitações realizadas no ano passado no município de Batalha para aquisição de EPIs, testes rápidos, medicamentos e equipamentos hospitalares foi verificado sobrepreço de mais de 50% no valor dos objetos.

“Fizemos uma análise amostral dos itens de uma licitação no valor de  valor 1.224.00,00. Eram 33 itens, nossa mostra envolveu 81% do valor total. Identificamos um sobre preço de 696 mil aproximadamente. Não falamos ainda em superfaturamento porque não identificamos o pagamento da integralidade dos contratos firmados com as empresas”, disse o superintendente. Os recursos eram do Fundo Nacional de Saúde.

^{Foto: Elias Fontinele / O Dia}

As investigações tiveram início em 2019 quando valores pagos a duas empresas levantaram suspeitas do Ministério Público. Durante a investigação, a Polícia Civil do Piauí mapeou outras cinco empresas utilizadas para a aplicação da suposta fraude. O delegado Denis Sampaio, da Polícia Civil, afirmou que as empresas não tinham capacidade de prestar os serviços. 

Levantou suspeita também o fato da proximidade entre os proprietários das empresas e os representantes legais que a representam durante as licitações. “As empresas investigadas têm ligações próximas, são sócios, são marido e mulher. Todas as empresas ganharam licitações em Batalha em valores muito altos. Favorecimento a essas empresas. Os valores eram muitos próximos. Os procuradores sempre eram os mesmos. Representavam uma, outra durante as licitações”, disse o delegado.

O delegado Denis explicou que as empresas ganharam licitações para o fornecimento de materiais de limpeza e papelaria. Ele pontou que as diligências realizadas nesta terça-feira buscam informações para a polícia entender se os produtos eram entregues ao município. 

“É uma outra etapa que será feita a partir de agora com esse levantamento e com essas diligências. O TCE está na prefeitura de Batalha recolhendo documentos, checando se esses produtos realmente foram entregues. Essa investigação terá uma nova etapa a partir de agora”, disse. 

Fonte: Com informações de Sandy Swamy