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Polícia afirma que suspeito de matar Aretha premeditou o crime

Paulo Alves dos Santos estava com a arma dentro do carro e cortou o cinto de segurança do passageiro para dificultar uma possível fuga da vítima.

17/05/2018 12:09

Resultado de imagem para aretha portalodiaA cabeleireira Aretha Dantas Claro, 32 anos, foi exposta a intenso sofrimento físico e psicológico antes de ser brutalmente assassinada pelo ex-companheiro Paulo Alves dos Santos Neto. Foi isso que concluiu a Polícia Civil. Em depoimento prestado na manhã de hoje, o suspeito relatou todo o percurso que fez com a vítima na noite do crime e se defendeu dizendo que Aretha teria tentado lhe esfaquear antes.

No entanto, para o delegado Francisco Baretta, coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi premeditado. A prova é que o suspeito já andava com a arma do crime dentro do carro e chegou a cortar o cinto do banco do passageiro para dificultar um possível fuga de Aretha. O laudo pericial do IML atesta que a maior parte dos ferimentos se concentrou no antebraço, o que revela que a vítima ainda tentou se defender das investidas de Paulo.


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Segundo o delegado, Paulo não esboçou qualquer reação ao dar os detalhes do ocorrido e disse que teve que tomar a faca das mãos da ex-companheira para “evitar ser ferido”.

O delegado conta como foram os momentos que antecederam a morte de Aretha: “ele a pegou em uma churrascaria no Saci e de lá ele disse que saíram para a zona Norte, onde ele adquiriu cocaína e depois foram para um motel na Avenida Centenário. Lá eles discutiram e, na volta para casa, a briga se intensificou. Ela teria pego a faca e tentado feri-lo. Ele disse que foi impulso do momento e que puxou a arma dela e desferiu o primeiro golpe para se defender. É inconsistente ele alegar que foi defesa quando claramente era ela que estava sob ameaça e que tinha que se defender”, discorre Baretta.


Paulo disse em depoimento que Aretha teria tentado feri-lo

Após esfaqueá-la, ele a levou até a residência dele, onde foram encontradas marcas de sangue e a arma do crime. Em seguida, sem saber o que fazer para se livrar das provas, Paulo se dirigiu até a Avenida Maranhão e abandonou o corpo de Aretha próximo a um ponto de prostituição. Na tentativa de apagar as marcas das facadas, ele passou com o carro por cima de seu corpo, deixando-o com várias marcas de frenagem. Isso, segundo a polícia, caracteriza fraude processual, ou seja, tentativa de atrapalhar as investigações do crime. O suspeito responderá por esta qualificadora, além do feminicídio.

“Ele estava transtornado e não aceitava o fato de a vítima ter uma vida tranquila e feliz longe dele. Ele acreditava ter posse sobre ela e isso ficou claro na carta em que escreveu antes de ter praticado todo o delito. Ele fez ameaças a uma amiga da vítima e se referia à ex-comppanheira com palavras de baixo calão”, detalhou o delegado Baretta.

Paulo teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça e aguarda transferência para o sistema prisional. A Polícia Civil tem 10 dias para enviar ao Ministério Público o relatório do inquérito e indiciá-lo por feminicídio e tentativa de fraude processual.

Por: Maria Clara Estrêla
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