As Polícias Civil e Militar
encerraram nesta sexta (10) a operações para desarticular a quadrilha
responsável pelos ataques ás agências do Bradesco, do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica de Campo Maior. No total, foram recuperados R$ 94.120,00 dos
cerca de R4 229 mil que os bancos informaram às autoridades terem sido subtraídos.
Cada um dos suspeitos presos e neutralizados (mortos) guardavam em média R$ 13
mil do valor roubado. A estratégia de dividir o montante, segundo a polícia,
daria menos prejuízo ao bando em casos de prisões dos participantes.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
A ação terminou com nove pessoas mortas em abordagens policiais e mais seis pessoas presos. Os mortos foram identificados como: Antônio Paulo de França, conhecido como Paulo Madruga, natural de Uberlândia; Weverson de Oliveira Marçal, natural de Uberlândia; Anderson de Freitas Brazão, natural de Uberlândia; Jean Gustavo Silva, natural de Uberlândia; Tiago Luiz Alves, natural de Uberlândia; Maicon Humberto de Sousa Nascimento, natural de Uberlândia; Igor da Silva Lima, natural de Uberlândia; Lucas Oliveira de Brito, também de Uberlândia; e Raimundo, também mineiro da cidade de Uberlândia.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Já os presos foram identificados como sendo Dyego Harmando Cardoso Rocha, Hassan Rufino Borges Prado Aguiar, Emerson Souza da Silva, Vinícius Pereira da Silva Júnior, Josenverton dos Santos Sousa e Pedro Henrique Oliveira Moura. O líder do grupo foi apontado como sendo Paulo França, que foi morto na ação. De acordo com o delegado Thales Gomes, coordenador do Greco (Grupo de Repressão ao Crime Organizado), ele já atuava no Piauí desde 2003, quando praticava pequenos assaltos a residências e estabelecimentos comerciais.
“Ele atuou inclusive nos ataques seguidos a caixas eletrônicos ocorridos aqui em Teresina em 2017. Era o líder da organização criminosa e cooptava pessoas especializadas nisso para fazer ações mais robustas. Se ele tivesse permanecido preso desde quando explodiu aquelas agências em Teresina, hoje ele provavelmente já estaria no semiaberto”, explicou o delegado.
As investigações que apontaram uma possível atuação do bando de Paulo começaram ainda na Semana Santa, quando a polícia recebeu denúncias sobre a movimentação suspeitas de veículos entre as cidades nas cercanias de Campo Maior. Os policiais ainda tentaram uma abordagem na ocasião, mas a ação não foi bem sucedida. No entanto, a partir das informações colhidas, foi possível traçar uma estratégia de ação para conseguir desarticular o grupo criminoso após os ataques.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Outras apreensões
Além das seis prisões e nove mortes, a operação contabiliza ainda quatro veículos apreendidos pela Polícia Civil e mais dois apreendidos pela Polícia Federal; seis coletes balísticos recuperados; 411 munições, sendo a grande maioria de grosso calibre, também recuperadas; 22 carregadores de munições; três fuzis e mais cinco pistolas apreendidas. Os agentes federais que participaram da ação conseguira apreender também cinco explosivos em metalon, aqueles fabricados especialmente para detonar caixas eletrônicos e estruturas metálicas como as dos cofres.
Populares podem responder por roubo
Com relação aos valores apreendidos, a Secretaria de Segurança fez um esclarecimento. Do montante que os bancos informaram ter sido subtraído – R$ 229 mil – foram recuperados R$ 94.120,00. O restante do dinheiro estaria escondido ainda em local desconhecido e uma outra acabou ficando embaixo dos escombros das agências bancárias após as explosões. Segundo o secretário Fábio Abreu, a polícia só conseguiu isolar as agências e preparar o espaço para perícia depois de algumas horas do ocorrido e nesse meio tempo, os populares tiveram acesso aos locais.
Secretário de Segurança Fábio Abreu - Foto: Assis Fernandes/O Dia
“As pessoas tiveram acesso inclusive ao dinheiro que ficou embaixo dos escombros nas agências e tudo aponta para que tenha havido uma subtração de valor. Isso vai ser devidamente investigado pelo Greco, mas se necessário, haverá punição pela lei quanto a isso”, disse. O coordenador do Greco, delegado Tales, acrescentou na fala do secretário que se comprovado que houve má fé e subtração de valores por parte dos populares, os responsáveis devidamente identificados poderão responder por crime de roubo.
Planejamento
A partir da operação de Campo Maior, as Polícias Civil e Militar traçarão um planejamento estratégico para atuar mais diretamente no combate a este tipo de crime. O comando da PM explicou que será feito um estudo de caso do ocorrido, seguido de treinamentos das tropas para atuar na linha de frente das abordagens de quadrilhas envolvidas em ataques a bancos no Piauí.
Por: Maria Clara Estrêla