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Em protesto na Prefeitura, PM usa gás lacrimogênio contra crianças e idosos

A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada e usou balas de borracha e spray de pimenta para conter um grupo de manifestantes.

15/03/2022 11:48

Uma confusão generalizada aconteceu em frente à Prefeitura de Teresina na manhã desta terça-feira (15). A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada e usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio para conter um grupo de manifestantes que se concentrava em frente ao Palácio da Cidade. Uma criança chegou a ser atingida pelo gás lacrimogênio e uma mulher desmaiou durante a ação da PM.



No local, estavam reunidos moradores das ocupações na Vila Campino, Núcleo Universitário, Vila Boa Esperança, Movimento dos Atingidos por Barragem (MAP), e Organização Popular (OPA) . Além de professores municipais.

Foto: Divulgação/Sindserm

Em vídeos compartilhados pelas redes sociais é possível ver que ato era composto também por mulheres, idosos e crianças. Uma das imagens mostra o momento em que uma criança chora após entrar em contato com o gás lacrimogênio usado pela tropa de choque, enquanto a mãe tenta lavar o rosto da filha com água. O gás pode causar ardência e lacrimejamento dos olhos e até mesmo falta de ar e sensação de sufocamento ao entrar pelas vias aéreas. 

Foto: Luan Matheus/O Corre Diário

Segundo Caroline Cerqueira, uma das moradoras que participava da manifestação, os grupos exigiam uma audiência com o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, quando foram confrontados pela tropa de choque.

"Nós protocolamos uma audiência com o prefeito, mas não tivemos resposta. Hoje viemos nos manifestar e o secretário que nos atendeu disse que o prefeito não está. Os policiais jogaram bomba de efeito moral, começaram a nos chamar de vagabundos, mas nós não somos vagabundos, somos pessoas que precisam de casa, de teto e terra para plantar", defende a manifestante.

Foto: Luan Matheus/O Corre Diário

A greve dos professores da rede municipal de ensino completa 30 dias hoje, em virtude disso, os professores decidiram se reunir em frente à Prefeitura de Teresina também para solicitar uma audiência com o prefeito afim de chegar a um acordo.

“A resposta foi o pelotão de choque com tiros de bala de borracha e spray de pimenta. Pessoas que iam passando foram atingidas, uma criança foi atingida, uma professora desmaiou porque não esperava esse tipo de recepção. Por isso, chamamos uma manifestação amanhã e chamamos uma população inteira para que a gente acabe com isso. Isso é o tempo da ditadura. Queremos só uma negociação e somos recebidos dessa forma?”, destaca.

Em nota, o secretário de Governo, André Lopes informou que reuniu com uma comissão de representantes dos manifestantes para discutir sobre as reivindicações. Mais informações deverão ser divulgadas em breve pela Prefeitura.

O que a prefeitura diz

Em nota divulgada à imprensa, a Prefeitura de Teresina afirma que o prefeito Dr. Pessoa entende que a luta por moradia é um direito da população. Segundo eles, houve depredação no Palácio da Cidade e a Polícia Militar precisou intervir na manifestação. 

Além disso, a prefeitura destaca que mantém um diálogo com todas as famílias que pedem a desapropriação de áreas privadas e pontua ainda um programa de regularização fundiária na cidade já está sendo realizado.

Em relação aos professores, a prefeitura acrescenta que concedeu um reajuste linear de 16%, a pedido dos próprios professores. E que considera, ainda, pedir a ilegalidade da greve que está sendo realizada pelos professores. 

Confira a nota íntegra: 

Sobre a manifestação que ocorreu nesta terça-feira, 15, na frente do Palácio da Cidade, a prefeitura de Teresina informa que o prefeito Dr. Pessoa defende e entende que a luta por moradia é um direito da população. Um princípio de tumulto gerou depredação no Palácio da Cidade e a Polícia Militar teve que intervir para acalmar os ânimos e evitar maiores prejuízos. 

Em relação às famílias que pedem a desapropriação de áreas privadas para que recebam os títulos de moradia, a PMT mantem um diálogo com todos e entende que não deve acontecer, em um primeiro momento, a desapropriação dessas áreas. Neste momento, a PMT realiza o Regulariza Teresina, o maior programa de regularização fundiária já realizado na cidade. Pelo programa, as famílias que ocupavam áreas públicas antes da gestão de Dr. Pessoa devem permanecer. Já aquelas que ocuparam novas áreas vão responder a justiça.

Sobre os professores da rede municipal de ensino, a PMT concedeu, neste mandato, um reajuste linear de 16%, a pedido dos próprios professores. Na primeira proposta, o percentual de aumento era maior, porém, escalonado.  O menor salário inicial de um professor da Prefeitura de Teresina é de R$ 5 mil, um dos maiores do país. A Prefeitura estuda pedir a ilegalidade da greve


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