Pelo menos 44 internos fugiram durante rebelião ocorrida no Centro Educacional Masculino (CEM) na madrugada desta quarta-feira (14). O motim se iniciou por volta da 1 hora da madrugada e a tropa de choque do RONE (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) precisou ser acionada. Segundo o comandante do da operação, capitão Thanack, 12 adolescentes já foram recapturados, mas pelo menos 32 ainda se encontram foragidos. Não há registros de feridos, mas a estrutura física da unidade de socioeducação ficou bastante danificada.
Leia também: Governo decreta estado de emergência no CEM
Fotos: Assis Fernandes/O Dia
"A situação já está contornada, agora é com a diretoria fazer a recontagem dos internos e ver quantos ainda estão foragidos", explicou o capitão. De acordo com ele, dois internos que tinham escapado já haviam inclusive pulado o muro do aeroporto de Teresina na tentativa de escapar do local. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado porque havia registro de fumaça dentro do CEM. Na rua da unidade, o cenário também é de destruição. Os internos arremessaram telhas na via pública e os estilhaços cobrem o chão em boa parte da vizinhança.
A movimentação policial em frente do CEM é intensa e há informações também de que estaria ocorrendo um princípio de motim no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP), localizado na zona Sudeste de Teresina.
Fotos: Tony Silva/O Dia
CEM abrigava 102 internos e só tinha 8 plantonistas
O Centro Educacional Masculino (CEM) de Teresina apresenta um histórico de problemas em sua infraestrutura e de motins entre seus internos. Em agosto de 2019, os internos rebelados da unidade danificaram boa parte da estrutura, o que acarretou na necessidade de transferência de boa parte deles para outras unidades na capital.
Na ocasião, a Justiça determinou ao Governo do Estado que fizesse reformas emergenciais no CEM no prazo de 15 dias para que os internos pudessem retornar para lá. São estes os reparos mais recentes que o Centro Educacional teve em sua estrutura. No entanto, não houve ampliação da capacidade de atendimento.
No momento da rebelião desta madrugada, havia 102 adolescentes internados no CEM, e apenas oito agentes plantonistas. A informação é de Francisco Pires, presidente do Sindicato dos Educadores Sociais do CEM. Ele conta que de todas as alas da unidade, apenas duas não ficaram danificadas pela ação dos internos.
“Começou na Ala A, mas não houve contenção, porque faltou estrutura para os plantonistas. Como que oito pessoas vão conseguir entrar pra controlar 102 internos? Eles depredaram todas as alas, da A até a F. Temos só a Ala G e I que não foram comprometidas, mas a unidade do jeito que está, não tem como mantê-la. Destruíram tudo”, relatou Francisco. Apesar da confusão, nenhum agente ou interno ficou ferido.