Antuniel Alves de Sousa, réu por ter assassinado a facadas a namorada Lorrany Thalia dos Santos Costa em maio de 2019 em Teresina, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado após julgamento pelo Tribunal Popular do Júri. A sentença foi proferida por volta das 18 horas desta terça-feira (17) durante a audiência de instrução do caso.
Foto: Divulgação/Tribunal de Justiça do Piauí
De acordo com a sentença, Antuniel responderá pela prática de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e também por feminicídio, quando o crime ocorre pelo fato de a vítima ser mulher. Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, constava que Lorrany Thalia foi atingida por vários golpes de faca desferidos por Antuniel nas costas, braços, barriga e rosto.
“O Conselho de Sentença reconheceu por maioria a autoria e a materialidade delitiva, bem como a letalidade das lesões que vitimaram Lorrany Thalia dos Santos Costa [...]. Diante da decisão da vontade soberana do Conselho de Sentença, julgo procedente a pretensão punitiva para condenar Antuniel Alves de Sousa”, é o que diz a sentença assinada pelo juiz Sandro Francisco Rodrigues.
O promotor de Justiça do Ministério Público do Piauí, Gilmar Malato Neto, comentou sobre a decisão e disse estar satisfeito com o resultado, que ocasionou na condenação de Antuniel Alves de Sousa. “A justiça foi feita. Esse crime causou muito clamor na época devido à violência na morta da vítima de 21 anos e que deixou uma filha órfã de dois anos, sendo que o acusado matou a vítima com 14 facadas alegando ciúmes. O Ministério Público encontra-se plenamente satisfeito com esse resultado, com a condenação do réu por homicídio triplamente qualificado”, enfatizou.
"Sensação de justiça", diz mãe de Lorrany sobre resultado do julgamento
Bastante emocionada, Maria da Cruz, mãe de Lorrany Thalia, disse que o resultado do julgamento traz a sensação de justiça. “Eu sei que não vai trazer ela de volta. A gente não queria vingança, só queria justiça de Deus e do homem, e foi feita em homenagem a ela”, disse.
A tia da jovem, Marinalva Sousa, destacou que a família está feliz com o resultado da sentença. Ela enfatiza que o réu seria condenado há 17 anos de prisão, mas devido ao agravante dele ter assassinado a jovem sem a possibilidade de fuga, a pena foi aumentada para 21 anos.
“Eu só tenho a agradecer ao Promotor Gilmar, que foi muito enfático nas palavras dele. Eu sei que não vai trazer ela de volta, mas é calma para o coração da gente. A lembrança dela via ficar permanente e a gente saber que teve justiça, vamos nos sentir aliviados”, enfatiza.
Marinalva dos Santos Costa pontua ainda que a sociedade não deve normalizar as agressões contra mulheres e, ao presencial qualquer ato de violência, que denunciem e acionem a polícia. Para ela, se Lorrany tivesse pedido socorro quando as agressões iniciaram, hoje ela estaria viva.
“Que o caso dela seja exemplo para outras Marias que foram mortas por feminicídio. Que as pessoas vejam uma briga, um tapa ou empurrão e entendam que aquele relacionamento não está normal. Ela escondeu muita coisa da gente para proteger a filha dela, se omitiu a sofrer pela criança e aconteceu o que aconteceu”, alerta a tia da jovem.
Mayra Ravenna, prima de Lorrany, enfatiza que essa é uma sensação de dever cumprido da família, que conseguiu justiça pela morte da jovem. “Apesar de a pena ser a máxima e para nós ainda ser pouco, é uma sensação de dever cumprido”, completou.
Por: Maria Clara Estrêla