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"Só a condenação não traz justiça", diz mãe de criança abusada por Marcos Vitor

Marcos Vitor Pereira foi condenado a 33 anos e oito meses de prisão pelo crime de estupro de vulnerável contra duas crianças, entre elas sua irmã.

16/11/2022 14:17

O estudante de Medicina, Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, foi condenado pela Justiça a 33 anos e oito meses de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. O réu foi condenado pelo crime contra duas crianças, sendo uma delas sua irmã e a outra sua prima. 

Para a mãe de uma das vítimas, que não terá o nome divulgado para preservar a identidade da criança, a condenação por si só não traz justiça, já que o acusado está foragido desde a fase de inquérito. "A condenação não traz justiça sem ele cumpri-la", disse.

(Foto: Reprodução/Redes sociais)

A decisão pela condenação de Marcos Vitor é do juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, titular da 5ª Vara Criminal de Teresina. No processo, Marcos Vitor foi condenado a 10 e 23 anos, respectivamente, pelo crime de abuso sexual contra as duas vitimas. 

O réu havia sido ainda acusado de outro crime, onde teria violentado uma outra irmã, de 3 anos de idade, porém foi absolvido por falta de provas. 

Relembre o caso

O estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, de 22 anos, foi indiciado pelos crimes de estupro contra três crianças. A conclusão está no inquérito da delegada Camilla Miranda, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que apurou as denúncias. 

A delegada confirmou ao Portal O Dia que durante o inquérito as diligências constataram que o acusado praticou abusos sexuais contra duas irmãs, que na época tinham três e nove anos, e uma prima de 12 anos. Por outro lado, a investigação não imputou a Marcos Vitor o abuso contra uma segunda prima que foi relacionada como uma possível vítima. 

O acusado Marcus Vitor foi declarado foragido da polícia quando o juiz Valdemar Ferreira, da Central de Inquéritos de Teresina, expediu um mandato de prisão preventiva. A polícia realizou diligências em Teresina e no estado do Amazonas em endereços ligados ao estudante, contudo, ele não foi localizado. 

(Foto: Agência Brasil)

“Ele se aproveitava da nossa confiança”, diz mãe de uma das vítimas 

“Tudo começou quando a minha filha tinha cinco anos”, é o que a mãe de uma criança de 13 anos, que em julho do ano passado confessou ter sido abusada sexualmente por Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira. A mãe conta que sua filha foi abusada dos cinco até os dez anos de idade. Após a denúncia, Marcos Vitor foi acusado também de estuprar a própria irmã, que na época tinha 9 anos, e de abusar sexualmente de outras quatro crianças. O caso foi encaminhado à Polícia Civil no dia 31 de agosto de 2021.

A família conta que jamais desconfiou de Marcos, para eles o estudante era um bom rapaz, considerado um ente querido. "Não tínhamos suspeita dele, ele não bebe, não fuma, não sai a noite, não usa droga. Ele passou para Medicina e foi morar em Manaus. Enfim, não tinha porque estar fazendo isso. Ele era praticamente uma pessoa boa, alguém que tínhamos como sobrinho, viajava com a gente e nós tínhamos plena confiança nele”, confessa a mãe.

Marcos Victor se aproveita dos momentos em família e da confiança que todos tinham nele, para praticar os abusos sexuais contra suas primas e irmãs. “Ele ajudava a cuidar das meninas e nesse ‘cuidar’ que ele aproveitava da nossa confiança para abusar das crianças”, afirma a mãe de uma das vítimas. 

Em uma conversa com uma das mães da vítima, Marcus chegou a confessar o crime e afirmou que aquele foi um período obscuro de sua vida e pede perdão por toda a situação, dizendo ainda que faria de tudo para que fosse perdoado.

As vítimas relataram as práticas criminosas de Marcos Vitor durante sessões com uma psicóloga. A irmã mais nova, de três anos de idade, revelou que era tocada nas partes íntimas pelo acusado. “Você não quer acreditar que uma pessoa possa fazer isso com a irmã de três anos. Ela fala brincando, sorrindo. Não entende aquilo. E confirmou que ele beijava as partes íntimas”, disse a advogadada família. 

Ao ser perguntada quantas vezes ele tinha realizado os atos, a criança contou nos dedos das mãos e logo depois passou para os dedos dos pés, demonstrando a insistência do suspeito em realizar os abusos.

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