Um terreiro de umbanda teve suas portas arrombadas e o
interior depredado durante a madrugada na zona Sudeste da capital. O Templo de
Umbanda Nossa Senhora de Montserrat, localizado no Loteamento Cidade Verde teve
seus símbolos destruídos e os espaços ficaram repletos de cacos de vidro pelo
chão.
O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (21), por volta das 4 da madrugada. Vizinhos do local ouviram o barulho feito pelos invasores, e chamaram pessoas ligadas ao templo que moram na região. Quando finalmente chegaram ao local, os criminosos já haviam fugido.
Materiais foram destruídos e espalhados pelo interior do templo (Foto: Reprodução)
Portas de vidro, imagens, objetos de cerâmica e instrumentos musicais foram destruídos. Uma caixa onde haviam várias garrafas de vidro foi trazida para a frente do templo, e os vazilhames foram quebradas no chão. “Entraram em todos os cômodos e misturaram tudo, quebraram tudo”, lamenta a mãe de santo Ester de Iansã.
Segundo mãe Ester, não é a primeira vez que o templo é alvo desse tipo de violência. “A gente vive sofrendo isso. Às vezes só quebram, as vezes quebram e roubam”, relata. Ela disse acreditar que a depredação foi motivada pela intolerância contra os praticantes de religiões de matriz africana. “De certa forma parece ser isso. Uma pessoa que entra num templo para fazer isso, por mais que esteja drogado, não faz por acaso”, argumenta.
Tanto mãe Ester de Iansã como os outros membros e frequentadores do templo temem não só pela segurança do lugar, mas como deles mesmos. “Se uma pessoa dessas pega a gente na rua, bate, mata. A gente se sente inseguro, fica com medo”, disse. Um boletim de ocorrências foi registrado na DP da área. Os religiosos ainda estão organizando o lugar e ainda não estipularam o valor do prejuízo financeiro causado.
“O prejuízo maior é a falta de respeito que eles tem conosco, com o nosso sagrado, com a nossa cultura”, disse Mãe Ester. Ela, entretanto, não esmorece: “Isso não vai me parar. Na verdade nos fortalece mais ainda”.
Edição: Nayara FelizardoPor: Andrê Nascimento