Uma travesti, identificada como Paola Araújo foi assassinada com vários tiros na cabeça às margens da rodovia BR-316, na zona Sul de Teresina. O crime aconteceu por volta das 23h30min da noite deste domingo (06). Policiais militares foram acionados e estiveram no local, mas quando chegaram, Paola já estava sem vida.
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De acordo com a PM, o crime teria sido cometido por dois homens em uma motocicleta. A perícia feita no corpo de Paola constatou que ela foi atingida com pelo menos cinco disparos de arma de fogo . Como nada de valor material foi levado da vítima, o que poderia configurar um latrocínio, a PM acredita que o crime se trate de uma execução.
Foto: Arquivo O Dia
O corpo de Paola Araújo foi encaminhado para o IML de Teresina. Policiais militares ainda fizeram diligências na região à procura de suspeitos, mas até o momento ninguém foi preso. O caso seguirá sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
"Apesar de todos os esforços, a violência está no nosso dia a dia"
Quem se manifestou sobre o assassinato de Paola Araújo foi a coordenadora do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPTrans), Maria Laura dos Reis. Por meio de sua rede social, ela disse que Paola sempre atuou em diversas atividades de promoção e defesa da cidadania, mas que, mesmo assim, foi vítima da violência.
"Apesar dos nossos esforços incansáveis contra toda e qualquer forma de discriminação, a violência está presente no nosso dia a dia, por isso temos que estar sempre vigilantes, atuantes e jamais desistir de lutar. Paola, guerreira, deixa aqui um grande legado de enfrentamento às situações de preconceito e discriminação", escreveu Maria Laura.
A coordenadora do GPTrans aproveitou para lembrar que, no Brasil, a expectativa de vida de travestis e transexuais é de apenas 35 anos e que o caso de Paola não passará impune. "Com certeza seremos resistência, estaremos aqui lutando para que os culpados pela sua morte sejam punidos na forma da lei", finalizou.
Por: Maria Clara Estrêla