(Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)
As camisetas e balões brancos reunidos no cruzamento das avenidas Higino Cunha e Miguel Rosa, no centro de Teresina, não camuflavam o semblante de pesar encontrado nos rostos dos amigos e familiares de Iarla lima Barbosa. A caminhada organizada por eles, com apoio da OAB, teve sua concentração no cruzamento e seguiu no sentido da avenida Frei Serafim. As pessoas se apoiaram para suportar a tristeza e lutar por justiça.
Iarla Lima Barbosa morreu após ser baleada na última segunda-feira, após sair de um bar na zona Leste de Teresina. O autor dos disparos foi o tenente do exército José Ricardo da Silva Neto, namorado da vítima. O militar teria disparado contra Iarla após uma discussão motivada por ciúmes. Iarla morreu dentro do veículo. Além dela, uma irmã e uma prima também foram baleadas, mas sobreviveram.
(Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)
Jorge Mesquita, primo de Iarla e um dos organizadores da caminhada disse que o lema é o clamor por paz e o não ao feminicídio. "Por que hoje é o que a gente mais vê, né.
Nossas mulheres, fragilizadas, sofrendo esse tipo de crime. Que isso não fique
mais apenas como uma estatística, que algo seja providenciado. A gente quer realmente que isso venha a ser observado pelas
autoridades, para ver se a gente consegue combater isso. Por que isso vem aumentando a cada dia", disse.
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Jorge Mesquita, primo de Iarla (Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)
A mãe de Iarla, Dulcineia Lima, também acompanhou a caminhada por justiça. "Eu dizia para ela: 'Minha filha, a gente não tem amigos não, são poucos', mas agora eu volto atrás. Por que por onde ela passou ela deixou amizades muito grandes", disse a senhora Dulcineia. Além de familiares e amigos, pessoas que se sensibilizaram com o caso de Iarla também compareceram a caminhada.
Os pedidos de justiça são para além do caso de Iarla. Os amigos e familiares da moça lembram que a caminhada é para que não hajam outras vítimas além dela. “É para todos os casos que aconteceram, com várias mulheres que foram mortas por seus companheiros”, disse, Jozilene Mesquita. Ela é irmã de Joseane Mesquita, uma das jovens que também foram baleadas dentro de um carro, junto com Iarla.
“Minha irmã está muito ruim psicologicamente, muito abalada. Elas eram muito amigas, ela [Iarla] era muito companheira.”, comentou Jozilene.
Edição: Nayara FelizardoPor: Andrê Nascimento