Uma das datas mais esperadas pelos lojistas no ano, a Black Friday é a oportunidade de aumentar as vendas e o rendimento do comércio. Inspirada no evento comercial dos Estados Unidos, a última sexta-feira do mês de novembro era um evento esperado também por consumidores, que aguardavam ansiosamente a data para adquirir produtos com grandes descontos.
Leia também: Covid: Assunção do Piauí decreta lockdown parcial por conta de aumento nos casos
Em Teresina, no entanto, as lojas físicas temem não atingir a meta de vendas esperada para a data, que acaba por se estender pelos últimos cinco dias úteis do mês de novembro. Ao caminhar pelas ruas do Centro de Teresina, a reportagem do O Dia verificou que diversas lojas, em especial pequenos estabelecimentos, sequer fazem menção ao evento este ano.
Foto: O Dia
Uma loja de roupas localizada na Rua Barroso, no Centro de Teresina, é uma das poucas a apostar no marketing do Black Friday para aumentar as vendas. A gerente do local, Manuele Viana, explica que, mesmo com a campanha, o fluxo de clientes ainda está abaixo do esperado para o período.
“A gente está anunciando pra ver se melhora um pouco, mas a verdade é que o Centro está muito fraco de vendas. Pelo menos pra gente, não está como esperava que estivesse. No ano passado ainda tinha o auxílio emergencial, então muita gente comprava com o auxílio, muitos clientes, inclusive, pagavam a gente pelo aplicativo. Por mais que fosse pouco, as pessoas se viravam pra gastar. Esse ano está muito fraco, as pessoas não tem dinheiro”, lamenta.
Segundo ela, a falta de ônibus também é um dos fatores que contribui para a redução do fluxo de clientes no Centro de Teresina. “A falta de ônibus também atrapalha demais, porque, além de não ter dinheiro, ainda tem isso. Estamos na expectativa de que a partir de amanhã as vendas melhorem um pouco, de quarta até sexta-feira”, destaca.
Com a diminuição da propaganda em torno da data, muitos clientes não estão mais apostando na Black Friday para comprar. A aposentada Denise da Silva, de 64 anos, esteve no Centro de Teresina para pesquisar preços antes de comprar uma cama de solteiro, e diz ter se surpreendido com os valores.
Foto: O Dia
“Estou pesquisando porque eu queria comprar uma cama de solteiro, mas está tudo muito caro. Eu não vim por causa das promoções, vim porque estou precisando mesmo. Já fui a uma loja e depois vou a outras pra ver como é que fica no orçamento, porque a aposentadoria é muito pouca. Mas ainda não achei essas promoções”, relata a aposentada.
Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado do Piauí (Sindilojas), Tertuliano Passos, os descontos ofertados na Black Friday são definidos por cada lojista. “A questão do desconto, da promoção ou mesmo do parcelamento dependem do lojista. Porque ele sabe o custo dele e até onde ele pode ir”, afirma, garantindo que as promoções são reais e ocorrem sem qualquer irregularidade.
Além disso, ele pede ainda que a população opte por comprar no comércio local para evitar cair em golpes. “Adquirindo no comércio local, ele vai testar o produto e levar para casa, é diferente de comprar pela internet. Pela internet ele vai levar de 10 a 15 dias para receber e nem sabe se aquele produto é igual ao que ele está comprando”, alerta.