O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para a água. E se a primeira imagem a ser associada à bebida for a do café preto, quente, servido na xícara, é hora de ampliar o campo de visão para a diversidade de opções que a bebida pode oferecer ao consumidor. Em Teresina, cafeterias especializadas na venda de grãos e bebidas especiais popularizam a forma de apreciar o famoso cafezinho.
Thabata Cronemberger é barista, profissional especializado em preparar café de alta qualidade, e há três anos decidiu investir nessa corrente de mercado que tem ganhado o público.
Em seu empreendimento, a especialista oferece mais de 46 tipos de bebidas com café, dando um verdadeiro universo de opções aos apreciadores.
A própria história de Thabata fala muito sobre o poder de sedução da bebida. É que ela nunca gostou de café até ver a oportunidade de ingressar na área como empresária. “Eu era da turma do leite com nescau, mas depois que resolvi investi na área e fui para Recife fazer o curso de barista, eu descobri o motivo do porquê não gostava da bebida: o que eu bebia não era café”, destaca.
Thabata Cronemberger é barista, uma profissional especializada em preparar café de alta qualidade (Foto: Jailson Soares/O Dia)
Após a capacitação e o acúmulo de outros cursos, a profissional se tornou não só uma exímia preparadora da bebida, mas uma consumidora diária. Na Café de Flores, a barista oferta uma bebida personalizada, feita através de pedidos diretamente com o produtor e o torrador do grão.
“Hoje, compramos a saca de café direto do produtor, mandamos para uma torrefação, porque aqui não temos logística para torra, e esse café torrado vem exclusivo nosso. Isso já acontece em outros Estados com mais frequência, mas aqui estamos popularizando. O café cru, dependendo de quem torre, por mais que seja de uma mesma fazenda, tem uma característica sensorial diferente. E nós temos todo o cuidado com o grão que vai ser oferecido”, explica.
Diferente dos cafés populares, o café especial oferece uma sensação gustativa ampliada. “Quando se trabalha com café especial, sabemos que é um café diferenciado, que tem notas frutadas de cacau, caramelo, frutas cítricas. Pode apresentar diferentes experiências sensoriais”, ressalta Thabata.
Na cafeteria, o cliente também é incentivado a tomar o café puro sem adição de açúcar, já que o grão trabalhado oportuniza essa experiência de sabor ampliada mesmo sem adição de nenhum outro tipo de elemento.
“O gosto é incomparável”, destaca apreciadora
Manuela Arrais não sai de casa sem antes tomar uma xícara de café, rotina que aprendeu com a mãe e a avó durante toda a sua vida. O que muda, agora, é que o café consumido não é apenas o comprado no supermercado, mas um grão especial, torrado, que a advogada aprendeu a fazer a partir de contato com outros apreciadores da bebida.
“Um amigo que é louco por café me sugeriu que eu experimentasse fazer comprando o grão já torrado. Eu trituro em casa e faço o café a partir dele. Depois disso, você nunca mais consegue tomar o café que é cotidianamente preparado do mesmo jeito”, explica.
Dentre as principais motivações para consumo dos cafés especiais estão o sabor e aroma da bebida e o prazer em seu consumo. Os grãos comprados por Manuela não estão disponíveis em supermercados, por exemplo, o que aumenta suas idas às cafeterias da cidade. “Além de tudo, gosto de frequentar as cafeterias, porque são ambientes acolhedores, onde a gente aprende ainda mais sobre o café”, destaca.
Supermercados
O novo mercado de consumo da bebida, no entanto, não inibe a ampliação do consumo dos cafés tradicionais. Segundo dados do grupo Carvalho, entre os anos de 2016 e 2017, houve um crescimento de 19,04% nas vendas de café. Já em 2018, nos últimos três meses, observou-se um crescimento de 3,7% em relação a 2017.
Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia