Uma corrente solidária. É assim que se traduz a campanha #AjudeNossaJuju, que tem movimentado as redes sociais em prol do bem-estar e da vida da advogada Marileide Pedro da Silva, conhecida no círculo de amigos como Juju (foto ao lado). Ela é esposa da professora Jacqueline Dourado e foi diagnosticada com uma doença rara. Trata-se da Doença de Creutzfeldt-Jakob Esporádica (DCJ), uma enfermidade neurodegenerativa que se caracteriza por provocar desordem cerebral como perda de memória e comprometimento das funções motoras.
A evolução da doença é rápida e ela não possui cura. O tratamento consiste somente em cuidados paliativos para amenizar os sintomas e dar o máximo de conforto possível ao paciente. No caso de Juju, a Doença de Cretuzfeldt-Jakob começou a se manifestar nas mudanças de comportamento, oscilação entre humor e silêncio, perguntas e conversas repetidas.
Em seguida, vieram os incômodos físicos. É o que relata a professora Jacqueline: “Depois da mudança de comportamento, ela começou a ter incômodo nas pernas. Passou a topar com facilidade. Em seguida veio o esquecimento e o andar trôpego e a repetição da mesma conversa”, diz. O primeiro exame feito foi uma tomografia do crânio que não acusou qualquer alteração. Juju também passou por testes de Alzheimer e ressonância até que a família procurou um neurologista clínico que conseguiu identificar o quadro da advogada.
“Fizemos vários exames, foi descartado câncer. Ela teve que ficar internada para fazer outros procedimentos e uma terapia com imunoglobulina, que veio de laboratórios de fora e custa em média R$ 7 mil cada frasco. Em cinco noites ela já havia usado seis frascos. Com 17 dias, a Juju já estava em um quadro pior. Quando tentava andar, caía. Foram duas quedas em três dias. Fizemos uma segunda ressonância magnética e esse exame foi acompanhado por uma equipe de Teresina e de São Paulo. Todos eram unânimes em dizer que era a doença de Creutzfeldt-Jakob Esporádica. É um caso em um milhão”, contou Jaqueline Dourado.
Foto: Arquivo Pessoal
No atual momento, o estado de Juju está evoluindo. De acordo com sua esposa, ela não tem mais domínio de parte do corpo e tem dificuldade de engolir. A advogada está ainda com um quadro de trombose em uma perna e atrofia nos músculos. “Ela não tem memória, não verbaliza mais. Nesse momento, ela tem atendimento multidisciplinar de médicos”, explica Jacqueline.
A equipe que dá assistência a Juju é formada por cardiologista, pneumologista, clínico geral e a cada 15 dias ela se submete a exames clínicos para monitoramento de seu quadro. Uma outra equipe multidisciplinar formada por neurologista, ortopedista, fisioterapeuta, fisioterapeuta vascular, fonoaudiólogo e enfermeiros também auxilia nos cuidados à advogada. O fonoaudiólogo é pago pelo plano de saúde, mas os enfermeiros, diz a esposa de Juju, são particulares e custeados pela família.
O tratamento de Juju consiste somente em cuidados paliativos - Foto: Arquivo Pessoal
A campanha #AjudeNossaJuju é uma corrente de solidariedade para ajudar a angariar os recursos necessários ao tratamento da advogada. Os valores arrecadados são revertidos em medicamento, enxoval de higiene, itens de alimentação e outros materiais essenciais para o bem-estar de Juju. As doações também ajudarão a custear exames e contas de energia e água, que aumentaram significativamente com o tratamento. “Temos que manter também diaristas para deixar sempre o ambiente limpo e evitar infecções oportunistas nela”, explica Jacqueline.
A professora agradeceu por toda a ajuda que vem recebendo e finaliza afirmando que cada novo dia é um milagre. “Eu digo que não tenho irmãos, primos, sobrinhos, amigos ou velhos conhecidos. Tenho anjos! Além deles recebi ajuda de pessoas que nunca conheci. Minha família, a família da Juju, enfim, todos estão unidos em uma corrente de orações e ajuda”, finaliza Jacqueline.
Os interessados em ajudar podem fazer transferência bancária via PIX pela chave 227.596.383-91 (CPF) ou uma transferência para a conta-corrente 3231-X e agência 3178-X, Banco do Brasil.