A família de Camila Pereira de Abreu,
de 21 anos, entrou na justiça com um pedido de revisão da pena do ex-capitão da
Polícia Militar, Allison Wattson da Silva Nascimento, condenado a 17 anos e seis meses de prisão, em regime inicial fechado , pela morte da estudante de
direito em outubro de 2017, em Teresina. A sentença saiu na madrugada do último
sábado (25) após mais de 16 horas.
O pai da vítima, Jean Abreu, disse à reportagem que a família está revoltada com o desfecho do julgamento. Segundo ele, o recurso de revisão já foi encaminhado ao Ministério Público.
“Pedimos para que os desembargadores votem o recurso para o aumento de pena dele. A família está revoltada e insatisfeita com o resultado. Ele pegou 17 anos e seis meses, quer dizer, como ele já cumpriu quatro anos da pena, daqui 13 anos ele estará solto de novo. Quem morreu foi minha filha”, disse.
Jean Abreu, pai de Camila Abreu. Foto: Assis Fernandes/ODIA
Ainda segundo o pai, todos os jurados do TJPI voltaram a favor das qualificadoras de Wattson como feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Por isso, para ele, a pena deveria ter sido maior.
“Agora, ninguém entende como uma pessoa pega só uma pena dessa. Com parando outro caso que aconteceu dias atrás, a mulher acusada de participar da morte do cabo Claudemir Sousa só indiciou onde o corpo estava e pegou 19 anos de prisão . Ela não matou, não ocultou provas, só indiciou o corpo estava e pegou essa pena”, completa.
O tio de Camila, Jandeilton Rodrigues, disse que houve falhas nos cálculos da sentença proferida pela juíza Cássia Lage de Macedo para conclusão da pena. “Os cálculos feitos pela magistrada não batem e as penas para as agravantes foram as mínimas e as diminuições das penas pelos antecedentes foram grandes. E se a gente comparar com outros crimes da mesma natureza, com todas as qualificadoras, giraria perto de 30 anos, no mínimo. A pena foi muito branda”, disse.
Jandeilton Rodrigues. Foto: Assis Fernandes/ODIA
Na manhã desta quarta-feira (29), a família de Camila Abreu esteve no protesto realizado por amigos e famílias de Vanessa Carvalho, em frente ao Tribunal de Justiça do Piauí, para pedir celeridade no julgamento do réu.
Hoje completou dois anos da morte da jovem, que foi atropelada por Pablo Henrique Campos Santos, na saída de uma festa na Zona Leste de Teresina quando estava acompanhada da amiga, Anucha Kelly. “Viemos e estamos juntando as famílias para pedir justiça e celeridade no processo”, concluiu o pai de Camila.