A Fundação Municipal de Saúde (FMS) emitiu um alerta preocupante para a rede pública hospitalar de Teresina nesta terça-feira (09). Os hospitais da capital estão sofrendo com a falta de medicamentos e de soro fisiológico para realização de atendimentos e procedimentos médicos. A situação acomete também as farmácias da capital. A situação pode levar à suspensão de procedimentos como cirurgias eletivas caso o estoque não seja reposto. A informação foi confirmada pelo presidente da FMS, o médico de Gilberto Albuquerque.
A FMS emitiu alerta para falta de soro nos hospitais de Teresina - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Por meio de nota, a Fundação afirmou que não possui mais estoques de soros e que os últimos frascos foram distribuídos para as unidades no dia de ontem. “O estoque que nós tínhamos era suficiente para apenas mais um dia de atendimento, então tivemos que providenciar a compra emergencial de mais soro em uma empresa de fora. Só que essa compra emergencial, o estoque deve dar para mais ou menos uma semana”, pontuou Gilberto Albuquerque.
Segundo o presidente da FMS, a situação mais preocupante é a do HUT (Hospital de Urgências de Teresina), que é a maior unidade de atendimento de urgência do Piauí. Mas não só a urgência corre o risco de ficar comprometida: a falta de soro fisiológico e de medicamentos pode acarretar na interrupção de cirurgias eletivas, aquelas que são marcadas com antecedência.
“Já não tem mais nas farmácias particulares. Quem tem que fazer um curativo com soro já não tem. Na rede hospitalar então, essa falta já é percebida. E a perspectiva, se não houver reposição no mercado, é que muito em breve a gente tenha que suspender, por exemplo, as cirurgias eletivas. Se não temos soro, a gente não tem como fazer esses procedimentos. Mas na área hospitalar também continua faltando vários medicamentos como heparina e alguns antibióticos”, diz.
O presidente da FMS, médico Gilberto Albuquerque, explica as consequências que a falta de insumos traz para os atendimentos de Teresina - Foto: Arquivo O Dia
O problema, ele afirma, não é restrito somente a Teresina. “O Brasil passa por uma fase de desabastecimento de remédios em diversas regiões. A falta de medicamentos tem afetado não só as farmácias, mas hospitais e unidades públicas de saúde na maioria das cidades do país”, explicou o gestor.
Ainda no mês de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encaminhou ao Conselho dos Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos do Ministério da Economia uma relação com 20 medicamentos com risco de desabastecimento pela ausência de matéria-prima para compor as substâncias e, também, informando a escassez de insumos para embalagens.
O Ministério da Saúde atribui esse desabastecimento a diferentes fatores dentre os quais se destacam o lockdown na China e Índia em decorrência da pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia, o aumento no custo de produção e a escassez de matéria-prima.