As intensas chuvas registradas em todo o Piauí têm causado estragos e prejuízos. Em Teresina, os comerciantes também amargam perdas, especialmente os ambulantes que trabalham no Centro da Capital. Isto porque muitos têm suas bancas instaladas na Avenida Maranhão, no cais localizado ao lado do Troca-Troca, às margens do Rio Parnaíba.
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Isael Silva Santos trabalha há 27 anos como vendedor ambulante. Ele vende utensílios em frente ao Shopping da Cidade, mas, durante o período chuvoso, precisa cobrir seus produtos com uma lona, o que dificulta chamar atenção dos clientes e, consequentemente, reduz as vendas.
(Fotos: Assis Fernandes/ODIA)
“Eu trabalho aqui no Troca-Troca há muitos anos. Quando a água do rio sobe, precisamos sair e, quando está chovendo muito, cubro com a lona. Se as pessoas não veem a mercadoria, eu não vendo. A Prefeitura deveria nos dar uma barraquinha, para que possamos ter um lugar para expor nossas mercadorias. Nós, os ambulantes, também precisamos nos manter, temos famílias”, conta.
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A ambulante Ana Célia da Silva trabalha há 38 anos nas proximidades do Mercado Central, vendendo comidas e espetinhos. Quando começa a chover, ela também cobre sua barraca com lona e um guarda-chuva, mas, ainda assim, não é suficiente para proteger seu material de trabalho e os clientes.
"Quando chove dificulta a venda e afasta os clientes. Geralmente, eu vendo de 20 a 30 espetinhos, mas quando chove, as vendas caem e molha tudo. É um dinheiro que faz falta, mas não tem o que a gente fazer”, diz Ana Célia.
Correnteza afeta travessia
O barqueiro Josenildo Alves faz a travessia diária de dezenas de passageiros das cidades de Teresina e Timon, no Maranhão. Ele conta que, com as chuvas, o volume do Rio Parnaíba subiu consideravelmente, o que dificulta o transporte devido à correnteza. Com a força das águas, o barqueiro precisa fazer uma manobra para chegar até o outro lado do rio, o que atrasa a viagem e torna o deslocamento arriscado.
“Temos que dar uma volta maior porque a água está muito forte e empurra o barco, tirando do caminho. A gente precisa subir mais para poder descer com a ajuda da correnteza, o que gasta mais combustível. No período chuvoso, molha a embarcação, mas é pior na estiagem, porque temos que desviar dos bancos de areia e o destino se torna bem mais longo, demorado e corre o risco de encalhar”, ressalta Josenildo Alves.