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Com greve, teresinenses buscam metrô e apelam para "ligeirinhos" para se locomoverem

A reportagem do Portal O Dia foi aos pontos de ônibus da capital para acompanhar a luta dos teresinenses para voltar para casa

24/03/2022 11:52

A greve dos motoristas e cobradores tem causado uma rotina de caos para quem depende de transporte público para se locomover em Teresina. A reportagem do Portal O Dia foi aos pontos de ônibus da capital para acompanhar a luta dos teresinenses para voltar para casa e constatou que muitos precisam se virar com os “ligeirinhos” para deixar o centro da cidade.

Na Praça da Bandeira, ponto de ônibus de maior movimento no centro, nossa equipe flagrou pelo menos sete carros estacionados próximo às paradas. Todos eles, “ligeirinhos”. O serviço é ilegal e funciona como uma espécie de lotação, onde um carro leva quatro ou até cinco pessoas que queiram ir para a mesma região. E por ser ilegal, não há uma tabela de preços definida; cada motorista define o valor, dependendo da região e da quantidade de pessoas da viagem.

População apela para "ligeirinhos" para se locomover no centro de Teresina (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

A diarista Marisa Borges estava no bairro Monte Verde e veio de lá para o centro, com a filha, de ônibus cadastrado. Ela conta que pagou R$4,00 e que agora quer ir para Timon. Ela chegou a cogitar ir de “ligeirinho”. “Não tenho como pegar um aplicativo, está muito caro, e os ônibus não passam para Timon. Pensei em pegar um “ligeirinho”, mas falei com um motorista e ele disse que a viagem é R$6 reais; outro disse que era R$8 reais para o mesmo lugar. Não tenho esse dinheiro todo e não sei como vou fazer”, relatou.

Outra usuária que também estava esperando ônibus por mais de uma hora para o Campestre, já estava desistindo de esperar pelos ônibus cadastrados e tentar um dos ligeirinhos. “Vim pela manhã para um atendimento médico no centro e até agora não veio um ônibus. Esses carros que ficam aqui [ligeirinhos] até são mais baratos que os aplicativos, que está R$ 30 reais lá para a minha região. Mas ninguém sabe quem é, a gente fica com medo”, disse a Dona Maria Irene, que é aposentada e tem problemas auditivos.

A reportagem de O Dia entrou em contato com a STRANS sobre a fiscalização desse serviço que já existe na capital há anos, mas que tem aumentado durante o período da greve dos motoristas e cobradores de ônibus. O órgão informou apenas “está disponível o fone/whatsApp 3122 7609 para denúncias de irregularidades nos serviços dos transportes cadastrados”. Mas não respondeu sobre a fiscalização para coibir o transporte ilegal dos “ligeirinhos”.


Confira o posicionamento da STRANS

A Prefeitura de Teresina, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS), informa que está disponível o Telefone/WhatsApp 3122-7609 para denúncias de irregularidades nos serviços dos transportes cadastrados para atender a população enquanto durar a greve dos motoristas e cobradores. O usuário deve informar no ato da denúncia, a placa do veículo e o itinerário.

Podem ser denunciados casos de cobrança do valor da passagem acima de R$ 4,00, desvio de itinerário ou qualquer outra irregularidade por meio desse número de fone que a Gerência de Licenciamento e Concessão da Strans vai averiguar e se constatada a irregularidade, o veículo será descadastrado e proibido de prestar o serviço.


Opção na greve, Metrô de Teresina apresenta problemas

Buscando alternativas para chegar em casa, o Metrô de Teresina passou a receber maior demanda de usuários. Levantamento recente divulgado pela CMTP informou que o número de passageiros cresceu cerca de 80% com a greve dos motoristas e cobradores. Só que, segundo usuários ouvidos pela reportagem de O Dia, os vagões disponibilizados não estão sendo suficientes para atender a recente demanda. Tanto que nos horários de pico, há registros de superlotações. 

“Aqui nos horários de 7h às 8h, de 12h às 14h e de 17h às 18h, a gente não consegue nem respirar. É só um metrô rodando por dia para atender toda a população. E com o aumento de demanda, fica impossível, relatou a usuária Maria José, que mora no Dirceu ll, e utiliza o meio de transporte para vir ao Centro para trabalhar.

Os horários de saída e chegada do metrô também são alvo de reclamações da população. Os passageiros afirmam que, apesar da tabela de horários, não são cumpridos. E que o veículo é abastecido durante o funcionamento, atrasando as saídas. Procurada pela reportagem, a CMTP informou que a demanda de passageiros aumentou em torno de 80% nos horários de pico, agravando problemas do sistema.

Nota de Esclarecimento - CMTP

Devido ao colapso no sistema de ônibus de Teresina, a demanda de passageiros aumentou em torno de 80% nos horários de pico. Mesmo com a alta no número de usuários, não estamos trabalhando com a lotação máxima que é de 600 passageiros, transportando por viagem cerca de 480 a 500 pessoas. 

Sobre a venda de bilhetes a companhia informa que há em todas as estações funcionários específicos para vender as passagens, o que está acontecendo é que muitos usuários deixam para comprar o bilhete apenas quando o VLT chega, causando aglomeração. Como já foi informado, estamos passando por intercorrências nos trilhos. Hoje nós estamos fazendo cerca de 18 viagens por dia, pois diminuímos a velocidade do VLT, até que esses reparos sejam concluídos, para seguranca de nossos funcionários e passageiros. 

A previsão é que a partir do dia 15, estaremos com o funcionamento do sistema normalizado, oferecendo mais rapidez e seguranca para nossos usuários.

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