Cuidar do túmulo, limpar, levar flores e velas é uma tradição milenar de cuidado para com quem não está mais entre os vivos. Porém essas atitudes, segundo a artesã Francisca Nascimento, que vende coroas e velas em frente ao Cemitério São José, zona Norte de Teresina, vêm diminuindo a cada ano.

(Foto: O Dia)
“Eu trabalho aqui há 11 anos
e este ano está muito fraco de
compra de velas e coroas. Estou aqui há uma semana e não
vendi quase nada. Ano passado,
eu fiz 250 coroas e só sobraram
30. Este ano, só produzi 50 e
até agora vendi somente 27.
Para mim, um dos motivos é a
falta de interesse dos jovens em
continuar a cultura, com isso as
pessoas estão perdendo a tradição de cuidar do próximo”, lamenta a artesão, acrescentando
que as vendas este ano foram
melhores no Dia das Mães e
Dia dos Pais.
Todavia, algumas pessoas
permanecem com a tradição de
ir ao cemitério visitar os entes
queridos, não somente no Dia
de Finados, mas durante todo
ano, como a dona de casa Ceci
Chagas, de 63 anos. Ela conta
que perdeu os pais há 16 anos,
mas, com frequência, vai ao cemitério conversar com eles, limpar o local ao redor do túmulo,
trocar as coroas e acender velas.
(Foto: O Dia)
“Acredito que a coroa significa uma lembrança boa. É como
se fosse uma homenagem para
a pessoa que se foi. São pessoas
que a gente conviveu, tem um
apego. Eles serão sempre a nossa
família”, conta Ceci Chagas.
Contudo, nem todo familiar
pode ir ao cemitério antes do
Dia de Finados para cuidar dos
preparativos para as visitas. Valdeci Alves, de 64 anos, trabalha
há 37 anos no Cemitério São
José, limpando e zelando a área.
“Os donos dos túmulos pagam
pra gente lavar o local. É serviço
bom, porque os familiares me
pagam R$ 10 ou R$ 20. É uma
ajuda extra na minha renda”,
completa Valdeci Alves.
Edição: Virgiane Passos
Por: Sandy Swamy
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