Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Comerciantes lamentam poucas vendas no feriado

Tradição de finados vem diminuindo a cada ano

02/11/2019 09:01

Cuidar do túmulo, limpar, levar flores e velas é uma tradição milenar de cuidado para com quem não está mais entre os vivos. Porém essas  atitudes, segundo a artesã Francisca Nascimento, que vende coroas e velas em frente ao Cemitério São José, zona Norte de Teresina, vêm diminuindo a cada ano.

(Foto: O Dia)

“Eu trabalho aqui há 11 anos e este ano está muito fraco de compra de velas e coroas. Estou aqui há uma semana e não vendi quase nada. Ano passado, eu fiz 250 coroas e só sobraram 30. Este ano, só produzi 50 e até agora vendi somente 27. Para mim, um dos motivos é a falta de interesse dos jovens em continuar a cultura, com isso as pessoas estão perdendo a tradição de cuidar do próximo”, lamenta a artesão, acrescentando que as vendas este ano foram melhores no Dia das Mães e Dia dos Pais. 

Todavia, algumas pessoas permanecem com a tradição de ir ao cemitério visitar os entes queridos, não somente no Dia de Finados, mas durante todo ano, como a dona de casa Ceci Chagas, de 63 anos. Ela conta que perdeu os pais há 16 anos, mas, com frequência, vai ao cemitério conversar com eles, limpar o local ao redor do túmulo, trocar as coroas e acender velas. 

(Foto: O Dia)

“Acredito que a coroa significa uma lembrança boa. É como se fosse uma homenagem para a pessoa que se foi. São pessoas que a gente conviveu, tem um apego. Eles serão sempre a nossa família”, conta Ceci Chagas.

Contudo, nem todo familiar pode ir ao cemitério antes do Dia de Finados para cuidar dos preparativos para as visitas. Valdeci Alves, de 64 anos, trabalha há 37 anos no Cemitério São José, limpando e zelando a área. “Os donos dos túmulos pagam pra gente lavar o local. É serviço bom, porque os familiares me pagam R$ 10 ou R$ 20. É uma ajuda extra na minha renda”, completa Valdeci Alves.


Edição: Virgiane Passos
Por: Sandy Swamy
Mais sobre: