O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) notificou a Unidade Básica de Saúde Maria Dulce da Cunha Sena, localizada no bairro São João, zona Norte de Teresina, devido a falta de medicamentos necessários à população. De acordo com o CRM, o mesmo problema foi verificado em duas vistorias do Departamento de Fiscalização.
A primeira vistoria ocorreu no último dia 19 de maio e a segunda no dia 1º de junho. Na primeira, foi detectada falta de medicações como losartana (antihipertensivo), metformina e gliclazida (hipoglicemiantes), dipirona, paracetamol comprimido, omeprazol e SRO. A coordenadora da unidade informou que os pedidos são realizados todo dia 15 do mês para reposição no dia 20 do mesmo mês junto à farmácia central da Prefeitura (GEAFA). Assim, o CRM-PI ficou de retornar para verificar a reposição.
Já na segunda visita, nesta quarta-feira (01), houve uma reposição parcial. Permanecia, porém, a falta de dipirona, paracetamol comprimido, carvedilol (disponível apenas na dosagem 6,25mg), AAS, eritromicina, espironolactona, metronidazol suspensão, permetrina loção, mebendazol, ibuprofeno gotas, escopolamina, bromoprida, gliclazida, glimepirida e hidróxido de alumínio.
(Foto: Divulgação/CRM-PI)
Com a irregularidade, o Conselho informou que irá acionar o Ministério Público Estadual e a Fundação Municipal de Saúde para acompanhar a resolução do problema.
O CRM-PI explica que as UBSs são parte integrante da atenção primária à saúde e têm o papel de realizar diagnósticos, mas também primam pela manutenção de doenças crônicas controladas como hipertensão, diabetes, cardiopatias, além do fundamental papel de reduzir a mortalidade materna e fetal ao realizar o acompanhamento de gestantes.
“Esse acompanhamento médico constante ajuda no diagnóstico precoce de complicações, o que possibilita maiores chances de alcançar um tratamento efetivo e permite o direcionamento dos casos mais graves para os níveis mais complexos de atendimento, como o terciário”, destacou o médico fiscal do CRM-PI, Dr. Juarez Holanda.
Para facilitar o tratamento das doenças dos usuários do SUS, cabe às unidades gestoras das UBSs, em Teresina, a cargo da Fundação Municipal de Saúde (FMS), a manutenção do estoque de medicações necessárias para este fim, pois de nada adianta gastos com diagnóstico se não há como a população ter acesso ao tratamento.
A equipe de reportagem do O DIA procurou a Fundação Municipal da Saúde (FMS) para obter informações a respeito. Em nota, a FMS afirmou que não foi notificada.