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CPI do Transporte de Teresina começa a analisar documentação colhida em depoimentos

Será produzido um relatório que dará os encaminhamentos sobre as providências a serem tomadas para sanar os impasses no setor.

06/07/2021 10:27

Os membros da CPI do Transporte Coletivo de Teresina se reúnem hoje (06) para começar a analisar toda a documentação obtida durante as oitivas dos empresários e representantes do Município nas últimas semanas. Durante esta manhã, vereadores e equipe jurídica farão as primeiras leituras dos contratos, prestações de contas e demais informações enviadas pelos entes que compõem o sistema de transporte público da capital.

A partir desta análise, será produzido o relatório da CPI, que dará os encaminhamentos para a tomada de decisões no sentido de apontar soluções para impasse entre a administração pública e as operadoras do segmento em Teresina. Ao todo, a Comissão emitiu 97 ofícios solicitando informações a diversos órgãos como Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado, Strans, Procuradoria Geral do Município, SETUT, Consórcio SITT e inclusive a ex-gestores.

“Vou me debruçar agora na questão contábil e financeira, checar as informações que vieram dos bancos para que possamos saber o caminho do dinheiro público que irrigou ao longo desses 5 anos o sistema de transporte público, saber onde ele entrou e onde ele saiu, se bate com as informações que os empresários que vieram aqui trouxeram”, explicou o vereador Dudu, presidente da CPI.


O vereador Dudu é presidente da CPI e um dos que participará da análise da documentação - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Após a reunião de hoje, os vereadores apresentarão o cronograma com os próximos passos da CPI.

O que aconteceu até agora

No dia 03 de maio, a Câmara Municipal de Teresina instalou oficialmente a CPI do Transporte Coletivo para apurar os contratos, o cumprimento do que determina o edital que rege o setor e ouvir os entes envolvidos para conhecer como se estrutura e quais as falhas do sistema de ônibus coletivo da capital.

Ao todo, foram ouvidos 11 empresários e representantes legais de todas as empresas que operam no setor e em todos os depoimentos, houve um ponto em comum: a dificuldade de manutenção da operacionalidade do sistema sem o pagamento dos subsídios pela Prefeitura de Teresina. Esses subsídios são os repasses feitos pelo ente público às empresas para cobrir as gratuidades e meia-passagens do transporte coletivo de Teresina. A dívida, segundo o SETUT, é da ordem de R$ 21 milhões nos contratos em aberto.


Sessão da CPI do Transporte Coletivo de Teresina - Foto: Elias Fontinele/O Dia

Em seus depoimentos, alguns empresários criticaram a forma como o sistema Inthegra foi implantado, falaram sobre as dificuldades de operação dos terminais e chegaram a afirmar que o faltou para que o modelo funcionasse totalmente em Teresina foi entretenimento para o passageiro durante o tempo de espera pelos ônibus.

Ao passo que o diálogo entre os empresários e a Prefeitura segue travado, é a população que vem sofrendo com a falta de ônibus e a demora nas paradas. Durante o mês de maio, várias zonas de Teresina ficaram sem transporte coletivo por vários dias seguidos em razão da falta de combustível para abastecer os veículos. Os empresários alegam dificuldades financeiras de manter o sistema e a Prefeitura de Teresina diz estar fazendo um estudo técnico para traçar um plano de ação estratégico no sentido de solucionar os impasses.

Na semana passada, o presidente da CPI, vereador Dudu, visitou algumas garagens de ônibus nas zonas Sul e Sudeste e encontrou ordens de serviço sendo cumpridas pela metade e até uma garagem fechada sem qualquer representante da empresa que pudesse dar esclarecimentos sobre o motivo de os ônibus não estarem nas ruas.

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