A pandemia impactou diferentes
aspectos da vida do brasileiro e economizar tem sido a palavra de ordem. Com o
aumento da inflação oficial do país de 5,97% para 6,07% e o desemprego recorde
no 1º trimestre deste ano (14,7%), deixar as contas em dia requer disciplina
financeira e alguns sacrifícios.
Nesses “sacrifícios” a educação, que
deveria ser incorporada no orçamento como algo prioritário, muitas vezes acaba
sendo um dos primeiros cortes feitos na hora do aperto. Lá em 2003, o paulista
Francisco de Assis ingressou no curso de Direito,
mas por falta de planejamento financeiro optou por trancar a graduação.
Hoje, com 45 anos, imbuído pelo sonho
de se formar no ensino superior e mais cuidadoso com as finanças, a opção foi
recorrer ao auxílio de bolsa de estudo do Educa Mais Brasil para cursar Administração.
“Estou estudando e, dessa vez, com mais planejamento. Faço um orçamento
doméstico mês a mês, através de uma planilha com todos os gastos para não fugir
nada do controle”, explica o futuro administrador.
A coach
e especialista em finanças Zaíra Vasconcelos* avalia como positivo o
planejamento feito por Francisco. Zaira defende ainda que para almejar o
sucesso, independentemente da condição financeira, é importante ter em mente o
objetivo, o sonho a ser alcançado.
“Esse objetivo precisa ser tão
importante que valha a pena o sacrifício. Seja perder peso, fazer atividade
física, ganhar dinheiro... se não tiver um objetivo claro para ser alcançado, a
pessoa não suporta o esforço e desiste. Se isso for realmente importante, a
pessoa precisa refletir com muita clareza, se planejar e se imaginar realizando
o sonho”, defende Zaíra.
O conselho da especialista, que é
empresária, mestre em Administração Profissional, coach de finanças e
consultora e mentora de líderes, é simples: fazer orçamento dos gastos fixos
(aluguel, condomínio, gasolina) e comparar com o que ganha para evitar um dos
comportamentos que mais causam endividamento: a falta de controle. “A falta de
registro dos gastos faz com que você se perca”, sinaliza Zaíra.
Educação deve ser vista como
prioridade
Um outro comportamento comum no
momento em que é preciso eliminar despesas é trancar o curso na faculdade ou
tirar o filho da escola particular. No entanto, tal atitude nem sempre é a
melhor escolha. “Não tem maior investimento que aquele que você faz em você
mesmo, na sua educação. É a formação acadêmica que vai abrir portas para as
maiores e melhores oportunidades de crescimento. A educação é o melhor caminho
para realizar sonhos”, destaca Zaíra Vasconcelos.
Mesmo para quem está endividado,
desistir dos estudos não é uma opção recomendada. A especialista lembra que,
mesmo em situações financeiras delicadas existem soluções. Programas de apoio
estudantil, que ofertam bolsas, e o parcelamento do débito com as instituições
podem ser um caminho. Lembrando que será necessário cortar despesas e priorizar
o pagamento das mensalidades atrasadas quando possível.
“Acho que a última opção é abandonar
os estudos. É o conhecimento que vai permitir que a pessoa alcance melhores
salários. Se parar o curso, o indivíduo não vai ter dinheiro para pagar a
dívida, mas também não vai ter a chance de ter um salário melhor”, defende
Vasconcelos.
Cuide do seu planejamento financeiro:
Procurada pelo Educa Mais Brasil, a
coach de finanças, Zaíra Vasconcelos, elencou dicas para fazer um bom
planejamento e conseguir pagar as dívidas. Confira!
1. Refaça seu orçamento pessoal. Seja
crítico de si mesmo e responda a perguntas como: “preciso mesmo disso?”; “isso
é prioridade?”; “estou comprando por impulso?”.
2. Faça levantamento da dívida e
negocie com os credores. Priorize a quitação de débitos em cartões de crédito e
cheque especial, com juros mais elevados. O que for possível, negocie a longo
prazo em condições mais favoráveis.
3. Economize, poupe, restrinja seu
consumo ao necessário. Guarde 50% das economias e use os outros 50% para quitar
débitos.
4. Priorize o pagamento dos acordos
com a economia que fará. Por exemplo: se
você tem mil reais de receita e R$1.200 de despesa, o primeiro ajuste a fazer é
reduzir seu gasto mensal para mil reais. Depois, faça novo ajuste para que
sobre. Então, ao invés de gastar mil, gaste R$800. Dos R$200 que sobrar, pegue
R$100 e aplique e os outros R$100 reserve para quitação da dívida parcelada.
5. Entenda que poupar não é guardar
dinheiro numa caderneta de poupança; é investir em algo que traga retorno e
ajude a aumentar sua renda.
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