Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Famílias moram à beira de cratera no bairro Água Mineral; duas casas foram demolidas

A dona de casa Maria do Desterro conta que a erosão iniciou no dia 02 de dezembro e tem aumentado gradativamente com o tempo.

04/01/2023 10:49

A família da dona de casa Maria do Desterro Silva, moradora do bairro Água Mineral, zona Norte de Teresina, viveu uma noite de terror no último dia 30 de dezembro e, desde então, está passando por dificuldades após uma cratera se abrir no terreno da residência. Na noite anterior à virada de ano, uma galeria localizada abaixo do imóvel cedeu e a água invadiu cerca de oito imóveis. De acordo com a moradora, a água atingiu mais de 1 metro e destruiu tudo que a família possuía.

“A gente perdeu tudo. Roupas, documentos, móveis. Por pouco nós estamos aqui para contar a história. Era de madrugada quando eu vi que a água estava subindo e só deu tempo avisar para a minha filha e tirar as crianças de casa. A gente já saiu com a água no peito. Meu marido ainda ficou dentro da casa preso e a gente teve que tirar o portão pra conseguir tirar ele lá de dentro”, conta ainda muito abalada.

A dona de casa conta que a erosão iniciou no dia 02 de dezembro e tem aumentado gradativamente com o tempo, representando um risco para as residências localizadas nas imediações, em especial para os quatro imóveis construídos no terreno da família. Duas casas onde moram as filhas da dona Maria do Desterro já foram desocupadas e estão sendo demolidas pela Prefeitura de Teresina. No entanto, duas casas à beira da cratera ainda estão ocupadas, incluindo a casa de dona Maria.

Foto: Nathalia Amaral/O Dia

“Eu moro aqui há 33 anos e isso nunca tinha acontecido. Quando o buraco começou, a minha filha foi na prefeitura avisar, mas eles não fizeram nada, esperaram chegar nessa situação que está. Agora, minhas filhas perderam tudo. Aqui em casa eles ainda nos deram uns colchões e cestas básicas. Eles dizem que a gente ainda pode ficar aqui porque a estrutura da casa é boa, mas a gente não sabe como vai ficar”, relata.

Kelly Alves é filha de dona Maria do Desterro e moradora de uma das casas que foi demolida. Segundo ela, essa não é a primeira vez que imóveis são engolidos pela galeria. Em 2018, um imóvel localizado a poucos metros da casa onde Kelly morava com a irmã também foi atingido pelo mesmo problema.

Foto: Nathalia Amaral/O Dia

“Em 2018 aconteceu a mesma coisa e a família caiu dentro. Dessa vez foi aos poucos, o buraco era pequeno, era como se fosse uma caixa de gordura. A gente chamou a prefeitura, mas eles não vieram. Na minha casa moravam cinco pessoas, incluindo três crianças. Eles dizem que a gente pode construir a casa, mas ainda não deram certeza de nada”, afirma.

De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH), as obras de demolição de dois imóveis já foram iniciadas e a previsão é de que sejam finalizadas em cerca de 60 dias, incluindo a urbanização da área afetada para evitar nova ocupação.

Foto: Nathalia Amaral/O Dia

 Já as famílias retiradas foram inseridas nos programas sociais da prefeitura, como Família Acolhedora e Aluguel Solidário, e serão incluídas nos programas habitacionais. Contudo, o órgão não se posicionou sobre a ocupação de outros imóveis localizados à beira da cratera.


Mais sobre: