Além de se preocuparem com os cuidados diários de plantio e cultivo, os horticultores das 48 hortas comunitárias de Teresina, sendo três localizadas na zona rural da cidade, ainda precisam se deparar com situações que dificultam ainda mais o trabalho, como a falta de segurança e o roubo da produção.

Há mais de 20 anos, o aposentado Cândido Luís Pereira, de 78 anos, cuida da sua horta que fica localizada no Dirceu, zona Sudeste. Ele conta que, sem condições de segurança e iluminação, muitas pessoas entram e roubam o que eles levam dias e meses cultivando, fazendo com que muitas pessoas abandonem seus lotes.

“É muito trabalho para pouco lucro. Muitas pessoas já desistiram de plantar e abandonaram suas hortas porque estavam praticamente trabalhando de graça. Eu sou aposentado, mas se eu fosse depender só daqui não dava para sobreviver. Eu só venho para cá para não ficar em casa sozinho, mas aqui mesmo as vendas são muito poucas”, conta.

O aposentado comenta que os horticultores ficam nos lotes até às 10 horas da manhã e, após esse horário, o local fica deserto, sendo favorável para vândalos. Outro problema citado pelo horticultor é a falta de água constante, que também prejudica a produção diária. 

^{Foto: Assis Fernandes/ O DIA}

“Quando dá 10 horas da manhã, os horticultores vão embora, então, depois disso, as pessoas entram para levar nossa produção. Não precisa nem vir à noite para roubar, basta entrar, já que não tem mais ninguém. Aí só nos resta ter que plantar, cultivar de novo. Além disso, os horticultores também sofrem com a falta de água e os constantes roubos nas hortas”, disse Cândido Luís. 

A água que sai das torneiras é muito pouca e com vários horticultores utilizando ao mesmo tempo, a quantidade acaba não sendo suficiente para atender à demanda. Cândido Luís destaca ainda que a bomba utilizada é muito pequena e não comporta a necessidade dos horticultores.

O horticultor Ricardo Carvalho também destaca a falta de segurança no local. Sem vigilante, sobretudo à noite, as hortas são alvo de vândalos, que aproveitam para levar hortaliças, adubo e até as ferramentas de trabalho. 

“Aqui não temos segurança ou vigilante noturno e a iluminação é apenas ao redor das hortas, então as pessoas se aproveitam da escuridão para levar o que passamos dias e até meses cultivando. Tudo é por nossa conta, adubo, sementes, os equipamentos para limpeza e plantio, então quando levam, a gente acaba ficando no prejuízo”, ressalta.

Contraponto

Com relação à segurança, a Superintendência de Desenvolvimento Rural (SDR) informa que esta é uma competência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí e destaca que, recentemente, a Prefeitura Municipal de Teresina fez a recuperação de cercas para impedir a entrada de pessoas e também de animais.

Por: Isabela Lopes