Trabalhar em condições seguras é um direito de todo
empregado, mas, somente no primeiro trimestre de 2018, o Piauí já registrou
quatro mortes relacionadas ao ambiente de trabalho, sendo metade delas por
queda em altura na atividade de construção civil. Em todo ano de 2017, foram
registradas 12 mortes em situações de trabalho.
Segundo Flávia Lorena Cardoso Lopes, auditora fiscal do
Trabalho, os casos ainda são o principal ponto fraco em relação à segurança do
trabalho no Piauí. Ela garante que as fiscalizações nesse setor e em outros
serão intensificadas.
“É o nosso ‘calcanhar de Aquiles’, por isso, que, no mês de
abril, nós realizaremos atividades que priorizarão a fiscalização do trabalho
em altura. Faremos um operativo, vamos deslocar nossos auditores para realizar
essas fiscalizações reiteradas na construção civil durante todo o mês”,
comentou a auditora.

Queda em altura é uma das causas das mortes no ambiente de trabalho, segundo o Ministério (Foto: Jailson Soares/O Dia)
Exaustão
Mas a segurança do empregado envolve, além da proteção
física do empregado, outros elementos, como a garantia de uma jornada de
trabalho não exaustiva. De acordo com Francisco Luís Lima, médico do trabalho,
muitos empregados estão adoecendo e morrendo devido ao problema.
“Devemos trabalhar oito horas diárias, mas algumas
atividades exigem 12 horas de trabalho, por exemplo. Trabalhar 12 horas no plantão
é exaustivo. É necessário descanso, folgas semanais, férias anuais de 30 dias,
isso é o correto”, afirma o médico.
Uma prática comum entre muitos funcionários, por exemplo, é
vender alguns dias das férias para complementar a renda. Para Francisco Luís, a
ação prejudica e compromete a saúde e segurança do trabalhador. “Precisamos ter
nosso descanso, pois a saúde é o conjunto do lazer e convívio com a família,
somados à preservação da saúde mental e física”, disse.
Subnotificação
O médico do trabalho afirma ainda que, no Estado, são
registrados, aproximadamente, quatro mil notificações de acidentes relacionados
ao local de trabalho por ano, mas que o número pode ser ainda maior, se
considerado os trabalhadores em atividades informais.
Por: Breno Cavalcante - Jornal O Dia
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