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Metade das crianças em abrigos vêm de famílias com problemas com drogas

Cerca de 60% das crianças que residem em abrigos na capital são vindas de família com algum envolvimento com entorpecentes.

03/04/2017 13:11

Segundo a juíza da Vara da Infância e da Juventude, Maria Luiza de Moura Melo e Freitas, mais da metade das crianças e adolescentes que vivem em abrigos em Teresina são de famílias desestruturadas pelo uso de drogas. Em palestra realizada na manhã de hoje (03), na sede do Tribuna de Justiça, a juíza enfatizou que cerca de 60% das crianças que residem em abrigos na capital são vindas de família com algum envolvimento com entorpecentes.

Para ela, o número é alarmante, pois o envolvimento com drogas pode acarretar outros problemas para o bem estar da criança e do adolescente. Em alguns casos, até mesmo a própria criança faz uso de entorpecentes. “A droga é a porta aberta para todos os problemas. Em sua grande maioria, essas crianças vêm de famílias em que os pais estão envolvidos com drogas, ou até mesmo a própria criança ou adolescente”, enfatiza.

"Em sua grande maioria, essas crianças vêm de famílias em que os pais estão envolvidos com drogas, ou até mesmo a própria criança ou adolescente", esclarece a juíza. (Foto: Assis Fernandes/ Jornal O Dia)

Ao ser constatado o envolvimento da família com envolvimento com drogas, a criança é então encaminhada para um dos abrigos da capital, onde aguardará o julgamento do processo que definirá o seu retorno ou não para a família. Por isso, pensando em dar maior celeridade a esse procedimento, a juíza Maria Luiza informou ainda que será realizada um mutirão de atendimento nos abrigos da capital. A expectativa é de que pelo menos 150 processos sejam julgados somente no mês de abril. Além dos processos, a equipe irá avaliar a situação de cada instituição.

“Essas crianças não devem permanecer por mais de dois anos nessas instituições. Por isso, a cada seis meses nós fazemos uma revisão desses processos, saímos do nosso gabinete e vamos até os abrigos”, explica. O mutirão é uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também contará com a presença de assistentes sociais, psicólogos e pedagogos.

Além disso, também participarão do reforço as secretarias estaduais e municipais de assistência social, educação, saúde e habitação. “Essas secretarias é que vão sinalizar para o juiz o que temos dentro das políticas públicas, para que possamos encaminhar as crianças e adolescente, e suas respectivas famílias", finaliza a juíza.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Nathalia Amaral
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