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Moradores e PMT vivem impasse sobre ocupação de terreno na zona Norte de Teresina

De um lado, os moradores alegando que a área está sem uso e que a ocuparam porque precisam de um lugar para morar. De outro, a Prefeitura da Capital afirma que se trata de uma área verde pertencente ao Município.

06/08/2021 12:47

A ocupação de um terreno localizado na Avenida Jango do bairro Aroeiras, zona Norte de Teresina, vem sendo alvo de impasses com o poder público. De um lado, os moradores alegando que a área está sem uso e que a ocuparam porque precisam de um lugar para morar. De outro, a Prefeitura da Capital afirma que se trata de uma área verde pertencente ao Município e que, portanto, não pode ser ocupada.

Em conversa com a reportagem do Portalodia.com, uma das moradoras da ocupação, a senhora Muricelia Alves, explica que o terreno vinha sendo tomado pelo mato e estava sendo utilizado por criminosos como espaço de desmanche de veículos roubados. “Nem motorista de aplicativo quer passar por lá de noite, porque fica com medo. E se está lá parado sem nada, porque nós não podemos ocupar se estamos precisando de um local para morar?”, questiona. São 63 famílias que atualmente tentam construir suas casas no terreno.

No último mês de julho, uma visita de técnicos e representantes da Prefeitura de Teresina ao local acabou resultando em conflito com os moradores. Os vídeos compartilhados com a reportagem de O Dia mostram guardas civis municipais, policiais militares e representantes de órgãos da PMT entrando em confronto com os ocupantes do terreno, trocando agressões verbais e até mesmo agressões físicas.


Conforme denuncia a senhora Mauricelia, a filha dela, que está grávida, chegou a ser abordada de forma intempestiva por um dos guardas. Em outro momento, é possível ver técnicos da Prefeitura afirmando que derrubariam “a madeira”, referindo às estruturas já erguidas pelos moradores no terreno.

Outro ponto mencionado pela moradora diz respeito ao diálogo com o poder público que, de acordo com ela, é inexistente e dificultoso.

Procurada, a Guarda Civil Municipal de Teresina informou que os homens da corporação que lá se encontravam estavam somente dando apoio operacional requisitado pela Prefeitura e que a ação de desapropriação foi toda coordenada pela SAAD Norte (Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas) e pelo Gabinete Militar da PMT, inclusive com a poio da própria PM.

Por meio de nota, a SAAD Norte informou que em nenhum momento houve ação violenta ou agressiva quando foi deflagrada a operação para desapropriação da área e acrescentou que o trecho ocupado em questão é uma área verde da Prefeitura Municipal de Teresina. “A Gerência de Fiscalização da SAAD Norte, coordenada pelo capitão Edmar Batista, atuou de forma integrada com a Guarda Municipal e a Polícia Militar, assim como ocorre em todas as operações de desapropriação”, disse a nota.

Questionada sobre o diálogo com os assentados, a superintendente da SAAD Norte, Ana Paula Santana, relatou que já manteve contato com alguns líderes da ocupação e destacou a Gerência de Habitação para realizar o levantamento e o cadastramento das famílias. Segundo ela, nenhum fiscal é orientado a agir de forma violenta.

"É uma área da Prefeitura de Teresina que nós vamos preservar. A intenção é de futuramente levar melhorias para a região, e essa área em questão é o local reservado para a construção de uma praça, de uma escola, por exemplo. Por se tratar de uma ocupação nova, nossa Gerência de Habitação está sendo destacada para realizar o levantamento e cadastramento da quantidade de famílias que estão no local. Não vamos de forma alguma agredir ou deixar na rua aqueles que mais precisam. Vamos avaliar cada caso e cumprir os trâmites legais, com a perspectiva de incluir essas pessoas em algum programa habitacional, garantindo assim, mais dignidade e qualidade de vida", ressaltou a superintendente.

Com relação à denúncia feita por dona Mauricelia sobre a abordagem do guarda municipal à sua filha grávida, o comandante da GCM, coronel Nixon Frota, afirmou que foi aberto procedimento interno para averiguar a conduta do guarda.

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