Quem mora no bairro Santo Antonio e nos residenciais Parque Sul, Vamos O Sol, Nova Alegria II e Portal do Sul, em Teresina, sofre diariamente com os problemas da limpeza urbana e da infraestrutura do bairro, que deixa bastante a desejar. Mas chegar e sair do Portal do Sul também é outra dificuldade que quem vive lá passa todos os dias. Sem ônibus e com os motoristas de aplicativo se recusando a pegar corridas para aquela região, os moradores se veem, muitas vezes, isolados.
Complica ainda mais a situação o fato de as vias de acesso ao bairro estarem em obras que parecem, segundo dizem os moradores, intermináveis. Seja pela BR-316, seja pela Estrada da Alegria, quem tenta chegar ao Santo Antônio de carro ou moto encontra vias esburacadas, enlameadas e até avenidas sem retorno algum.
Quem tenta chegar ao bairro pela Estrada da Alegria, se depara com uma buraqueira sem fim. No trecho que compreende as obras de duplicação e prolongamento da Via Sul, além dos buracos, a lama formada durante as chuvas também obriga os motoristas a desacelerarem, o que facilita a ação de criminosos, que se aproveitam da situação para praticarem assaltos contra quem passa por ali em seu veículo. É quem além dos buracos e da lama, o trecho também sofre com a falta de iluminação pública.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
A lentidão com que a obra se arrasta causa revolta nos moradores. Eles relatam os problemas que quem mora no Portal do Sul enfrenta todos os dias para ir e vir.
“A obra lá parou por seis meses e agora começou a voltar, mas ainda não é aquela coisa a todo vapor para concluir antes do período chuvoso, então vai parar de novo quando voltar as chuvas. A buraqueira ali é sem fim, a lama quando chove danifica os carros e se torna muito difícil e ir e vir por ali. Junta com a duplicação da BR, que tirou todos os retorno de acesso ao bairro, mais a falta de ônibus, a gente fica quase que isolado”, explica o radialista Thiago Luís.
Até carro por aplicativo é complicado de se conseguir para quem mora no Santo Antonio. É que os motoristas que rodam por estes serviços ficam receosos de fazerem corridas por aquela região justamente por conta da distância, da dificuldade do acesso e também pelo medo de serem vítimas das ações de criminosos nos trechos mais afastados.
“Os motoristas não querem entrar no nosso bairro, porque já sabem do acesso que é ruim. Eles não querem andar pela Estrada da Alegria, porque disse que quebra o carro, a tarifa deles é muito ata e o combustível está lá em cima. Pra muitos deles, não compensa. Para ir trabalhar, se você olhar as paradas de manhã cedo, é muita gente sofrendo, gente pedindo carona pra um e pra outro. Ônibus também não tem é de jeito nenhum, então até nisso os moradores aqui são penalizados”, finaliza Thiago Luís.
Por meio de nota, a SAAD Sul informou que a retomada dos trabalhos na Via Sul aconteceu recentemente devido ao período chuvoso. Quanto à iluminação no trecho da Estrada da Alegria, a Prefeitura disse que os postes serão colocados após a conclusão da obra, conforme prevê o contrato de execução.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Retirada do balão da Casa de Custódia causa transtornos a motoristas
A Estrada da Alegria não é a única via de acesso aos bairros no entorno do bairro Santo Antônio, em Teresina. Quem vai pela BR-316 também consegue acessar a região. O problema é que até lá o trânsito está complicado e, desta vez, é por conta da obra de duplicação da rodovia.
Os motoristas que passam pelo local reclamam basicamente da falta de um retorno e da dificuldade de se entrar nas vias de acesso às margens do trecho que está sendo duplicado. O mototaxistas Laércio Fernandes relatou a Portalodia.com a situação pela qual passa diariamente.
“Se você sair do viaduto do Porto Alegre às 7h pra vir em direção ao Centro, você pega um engarrafamento enorme. A gente passa até 30 minutos parado, porque o trânsito aqui ficou muito confuso, ainda mais depois que tiraram o balão da Casa de Custódia. Não tem retorno e os que ainda sobraram ficaram muito longe. Pra quem mora em direção ao Porto Alegre, precisa descer até o Promorar pra encontrar um retorno”, explica.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Essa dificuldade na mobilidade gera inclusive inseguranças aos moradores da região. Thiago Luís, que mora no Portal do Sul, diz que é comum os motoristas demorarem a conseguir fazer o retorno debaixo do viaduto do Porto Alegre, porque não há sinalização na via e quem vem pela BR, vem em alta velocidade.
“Pra fazer o retorno, a gente fica esperando um tempão, correndo risco de vida, de ser assaltado debaixo do viaduto escuro. O que eu acho que podia ser feito de imediato era sinalizar pra que a gente fizesse o retorno de forma rápida e com segurança”, finaliza.