As obras de duplicação e prolongamento da Via Sul, que compreende a Estrada da Alegria, na zona Sul de Teresina, têm gerado transtornos na região. O trabalho da Prefeitura foi iniciado em fevereiro do ano passado, parou por causa do período chuvoso e só retornou no início desta semana. Na lista de queixas dos moradores estão buracos, poeira e falta de iluminação – o que provoca o crescimento da violência. A obra ainda não tem prazo de entrega, já que o Poder Executivo trabalha na negociação e pagamento de indenizações de pessoas que têm terrenos na região.
(Fotos: Assis Fernandes/ODIA)
O morador João Neto, de 49 anos, relatou à reportagem do PortalODIA.com que é quase impossível transitar pela via por causa da quantidade de buracos. “Desde quando nasci moro nessa região. O trânsito não anda por causa dessa quantidade de buracos, sem falar da questão da poeira e falta de iluminação. Toda hora a gente vê assalto aqui na frente porque não tem iluminação. O policiamento é muito pouco”, reclama.
Ainda segundo o morador, o trabalho de duplicação da via foi feito bem próximo à margem do rio, o que pode provocar assoreamento (degradação do solo). “Não fomos consultados sobre essa obra. Só chegaram e disseram que iriam fazer. Os trabalhadores só retiram as árvores e começam a construir. Na minha opinião, a Prefeitura poderia ter usado o meu terreno – se me indenizassem – para não fazer tão próximo ao rio, que é fonte de renda de muitos pescadores”, completa.
O autônomo Antônio José, de 53 anos, disse não acreditar na conclusão da obra. Ele relata ainda dificuldade na implantação de comércio na região. “Eu estou com 53 anos e, desde quando me entendo por gente, dizem que vão fazer essa estrada. Talvez eu não chegue nem a ver concluída, que Deus me defenda. Acho que vai entrar outro prefeito para poder fazer ou não vai fazer. A estrada está toda escura e ainda pagamos a taxa de iluminação. Aqui não tem comércio e o mais próximo vive toda hora fechado”, afirma.
O PortalODIA.com esteve no local nesta quinta-feira (12) e encontrou poucos operários. Um flagrante chamou atenção: parte da via asfaltada está assoreando. Na altura do Parque Rodoviário, há apenas aterro nas laterais. A obra está orçada em R$27 milhões. Nenhum operário ou responsável pela obra quis gravar entrevista.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o superintendente da Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas Sul (Saad Sul), Juca Alves, informou que a retomada dos trabalhos ocorreu nesta semana devido ao período chuvoso e também porque não foram feitos os acordos de desapropriação com as pessoas que possuem terrenos na região da construção da via.
A iluminação, segundo o gestor, será colocada após a conclusão da estrada, conforme prevê o contrato. “O projeto é completo com a via e a iluminação. Alguns trechos da obra não têm porque estamos remanejamos alguns materiais e serão colocados após conclusão da etapa”, resumiu.
Já sobre o assoreamento, o gestor explicou que a parte da obra que já havia sido feita sofreu uma erosão por causa do período chuvoso. Segundo ele, os trabalhadores farão uma contenção de toda a região ainda nesta semana.