Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Motoristas e cobradores deflagram greve por tempo indeterminado nesta quinta (28)

partir das 00hs de amanhã, somente 30% da frota irá circular na capital, já os demais veículos ficaram nas garagens das empresa

27/10/2021 09:40

A greve geral, por tempo indeterminado dos motoristas e cobradores do transporte público de Teresina, está confirmada para esta quinta-feira (28). A partir das 00hs de amanhã, somente 30% da frota irá circular na capital, já os demais veículos ficaram nas garagens das empresas. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) na manhã de hoje (27).

O secretário de Comunicação do Sintetro, Miguel Arcanjo, destacou que a greve foi definida durante assembleia realizada pelos trabalhadores , onde foram definidas paralisações pontuais para chamar atenção da classe patronal. Caso não houvesse resultado, que seria o setor te procurar os trabalhadores para negociar com a categoria, a greve seria deflagrada.

(Foto: Maria Clara Estrêla/ODIA)

"Ontem a diretoria do sindicato se reuniu e fechou por bem cumprir aquilo que foi determinado em assembleia pelos trabalhadores. Convocamos todos hoje apenas para repassar as diretrizes de como será a greve. Ontem os órgãos competentes, como a Strans, Setut e Ministério Público do Trabalho, foram notificados oficialmente de que teria a greve", disse.

O presidente do Sintetro, Ajuri Dias, conta que a categoria já cogitava a realização de um grave geral desde a última assembleia, realizada há 15 dias. "A assembleia já se manifestava nesse sentido de que, se não tivéssemos um acordo entre as partes, íamos fazer as paralisações, e se após isso, não tivéssemos êxito, íamos fazer um movimento de greve", disse.

Miguel Arcanjo enfatiza que os trabalhadores nunca descumpriram a lei que assegura a circulação de 30% dos coletivos, por ser um serviço essencial. Todavia, esses veículos somente irão rodar se os motoristas e cobradores comparecerem às empresas. "Se por acaso os trabalhadores aparecerem para trabalhar, os 30%, que é o que se estipula que deve circular, não faremos piquetes e não terá nenhum empecilho por parte da diretoria do sindicato. Se eles não aparecerem não podemos fazer nada, porque a revolta é muito grande. A nossa situação não é segredo para ninguém. Estamos sobrevivendo de doações de cestas básicas, um parente que ajuda", comenta.

(Foto: Isabela Lopes/ODIA)

De acordo com o Sintetro, desde 2020 a categoria tenta negociação com o Setut, que alegava a pandemia como empecilho para atender às demandas da classe trabalhadora, que inclui assinatura da convenção coletiva, que assegura o pagamento dos salários, ticket alimentação e plano de saúde, dentre outras pautas relacionadas aos direitos dos trabalhadores.

"A Prefeitura prometeu aumentar a frota, mas infelizmente fizeram um remendo. Percebemos o aumento dos passageiros utilizando o transporte coletivo, houve o repasse da Prefeitura para as empresas filiadas ao Setut, então não tem porque o Setut continuar se negando em negociar com os trabalhadores", falou Miguel Arcanjo.

Impasse

O Setut informou que somente irá negociar com os trabalhadores do transporte coletivo de Teresina em janeiro de 2022, data-base da categoria. Entretanto, o Sintetro pontua que não houve negociação em 2020 e 2021, portanto, a categoria busca as perdas dos anos anteriores.

"Não queremos negociar a convenção coletiva de 2022. O que estamos discutindo é a convenção coletiva de 2021, porque não tem mais como o trabalhador chegar no final do mês e não saber o salário dele, chegar para trabalhar e não saber sua jornada", acrescenta, destacando que, atualmente, motoristas e cobradores trabalham por diárias.

A Prefeitura de Teresina fez um repasse ao Setut para regularização da folha de pagamento dos motoristas e cobradores do transporte público de Teresina. A atualização da folha de pagamento dos profissionais do setor depende também do repasse de todas as parcelas da entrada que a Prefeitura ficou de pagar aos empresários para quitar a dívida referente aos subsídios do transporte coletivo de Teresina. Essa entrada de R$ 10,5 milhões foi dividida em três vezes: R$4,5 milhões em outubro, R$3 milhões em novembro e R$3 milhões em dezembro. 

A Prefeitura já trabalha com um "Plano B" , caso o impasse entre trabalhadores e patrões não seja encerrado. 

Mais sobre: