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No 5º dia de protesto, professores de Teresina criticam reajuste real de 3% e mantêm greve

Professores e outros servidores da rede municipal estão acampados desde a noite de segunda-feira (14). Categoria alega que nova proposta do município só traz 3% de reajuste real.

18/02/2022 10:46

Pelo 5º dia consecutivo, professores da rede municipal em greve seguem acampados em frente à Câmara Municipal. A categoria cobra da Prefeitura de Teresina o reajuste salarial de 33,24%, com base na portaria assassinada pelo presidente Jair Bolsonaro e criticam o projeto de lei enviado pela prefeitura à Casa Legislativa

Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm), os educadores perderam 3% do valor salarial com a reforma da previdência do município e cerca de 10% com inflação. Nesse sentido, o reajuste real seria de apenas 3%  caso a nova proposta seja aprovado pelos vereadores.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Ontem, a Prefeitura de Teresina enviou à câmara projeto de lei que determina reajuste linear de 16% para os professores da rede municipal. A proposta já foi lida e protocolada na casa. 

“A inflação foi de 10,67%. Então, se você tira ainda 3% agora em abril com a reforma da previdência, fica 13%. Ou seja, o reajuste fica só de 3%. Isso é um absurdo não só pela qualidade técnica e profissional dos educadores de Teresina como qualidade de luta. Isso é uma manipulação que não iremos aceitar”, disse o coordenador geral do Sindserm, Sinésio Soares.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Ainda segundo ele, outras categorias também aderiram ao movimento. É caso de trabalhadores do Serviço Móvel de Urgência (Samu), que denunciam péssimas condições de ambulâncias e materiais.

“Queremos aproveitar o setor de luta da educação para começar a agregar outros segmentos como profissionais do Samu, por exemplo, que enfrentam péssimas condições de trabalho na instituição. Temos um vídeo que mostra os profissionais empurrando a ambulância, o que mostra total desrespeito com esta categoria”, informou.

Sinésio ressaltou ainda que a greve pode continuar mesmo com aprovação do atual projeto pelos vereadores. “Tivemos uma reunião com eles que concordaram o reajuste precisa ser linear, de 33,24%. A greve continua mesmo que os vereadores voltem a favor. E iremos divulgar todos os nomes que votarem contra essa lei federal”, disse.


Sinésio Soares é presidente do Sintetro - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Retorno das aulas para o dia 22 de fevereiro

Sobre o retorno das aulas para o dia 22 de fevereiro, anunciado pelo Comitê de Operações Emergenciais de Combate a Covid-19 (COE) nessa quinta-feira (17), o coordenador afirmou que a medida é imoral e que a categoria não foi consultada sobre esta decisão. Além disso, o próprio sindicato fez um levantamento que apontou que mais de 200 escolas não seguem diretrizes e medidas sanitárias contra a Covid-19.

“É uma irresponsabilidade do Ministério Público Estadual e do próprio COE não chamar os trabalhadores que representam a educação de Teresina. É importante chamar os representantes porque solicitamos que Ministério Público do Trabalho verificasse as nossas denúncias. Eles pediram para gente fazer um levantamento em 209 unidades de ensino e nenhuma delas seguem as diretrizes e medidas sanitárias, notificaram a prefeitura e ela não compareceu. Como é que o Ministério Público Estadual não se informa sobre isso? Somente exigir é como se eles fossem os entendidos da situação e nós não soubéssemos que aulas presenciais são importantes. Nós valorizamos a vida”, finaliza. 

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