“Algo deu ruim no Piauí”, dizia uma das faixas erguidas durante a caminhada realizada nesta manhã, em Teresina. Em homenagem aos 35 policiais mortos de 2015 ao primeiro semestre de 2017, policiais militares, familiares e entidades realizaram uma passeata na região central da Capital. Além do tributo prestado, a categoria também usou a oportunidade para reivindicar melhorias no sistema de segurança pública do estado, como aumento no quadro de policiais efetivos, melhores salários e melhores condições de trabalho, entre outros.
Faixas foram erguidas com pedidos de melhoria no sistema de segurança do Estado. Foto: Moura Alves/ODIA
A caminhada começou na Assembleia Legislativa do Piauí, onde foi realizado um culto em homenagem aos policiais mortos. Vários familiares das vítimas estavam presentes apoiando. Em seguida, os manifestantes foram ao Palácio de Karnak, onde houve a leitura da lista com os 35 nomes.
Major Diego Melo, vice-presidente da Amepi. Fotos: Moura Alves/ODIA
Segundo o Major Diego, Vice-presidente da Associação dos Oficiais Militares Estado do Piauí (Amepi), a segurança pública não está sendo prioridade. “ Só em 2017 já registramos 10 mortes de policiais. Em 2016 foram 12, e em 2015 foram 13. É o triplo da quantidade de polícias mortos de 2014 para trás. A falta de investimentos na segurança pública, baixos salários para os policiais e péssima infraestrutura para o trabalho, contribuem para a chegada desse número, que tende a aumentar se nada for feito”, afirmou o Major.
Para o Policial Militar Francisco das Chagas (51), o ato realizado é de grande importância para a categoria, para os familiares que perderam algum ente querido e para chamar a atenção do Governo do Estado. “Essa passeata é em homenagem aos que morreram, mas também é por nós. Houve grandes perdas e nenhuma tentativa de restituição. Queremos melhorias no policiamento, viaturas novas e acima de tudo, melhorias em nosso salário”, disse.
Também estava presente a vereadora Teresa Britto, que acompanhou a passeata. “Vemos todos os dias pessoas sendo assassinadas, pessoas assaltadas e nada está sendo feito para mudar essa realidade. Teresina é uma das capitais mais violetas, não só do país, mas do mundo. Estamos clamando por uma segurança pública de verdade. A população está adoecendo por medo, por não se sentir segura nem na própria casa. E o que o governo está fazendo? Parece que nada”, comentou.
De acordo com o Major Diego, um dos coordenadores da caminhada, esse é o primeiro de uma série de atos que serão realizados na busca por valorização dos policiais militares, e por políticas de segurança pública para o Estado.
Por: Geici Mello