Os moradores do bairro
Redenção estão descontentes
com a situação do lixo acumulado na Rua São Francisco. Além de muito entulho
em dois pontos diferentes da
mesma rua, há muito mato e
até animal morto. Além de
incomodar a população com
o mau-cheiro, os moradores
ainda ficam vulneráveis a diversas doenças.
A dona de casa Andreia
Carneiro mora próximo ao
local há 15 anos e diz que
os próprios moradores são
quem joga lixo na rua e na
grota de uma galeria que
atende a região. Ela frisa que
não adianta limpar, as pessoas devem se conscientizar que aquilo faz mal a elas
mesmas.
Para Andreia, é um constrangimento morar ali. “É
muito fácil a gente pegar dengue aqui, todo mundo da rua
já ficou doente por causa dessa grota. Fora que tem muito
mosquito, por causa do lixo.
E o mau cheiro é horrível. A
gente ter que comer sentindo
esse odor, é muito constrangedor”, enfatiza.
A moradora também ressalta que muitos moradores
tocam fogo no lixo. Como o
mato é alto, ele se espalha e
fica cheio de fumaça. A respeito disso, a orientadora pedagógica da Casa de Metara,
que está localizada na mesma
rua do lixo, Francislurdes Rodrigues, diz que os funcioná-
rios da instituição se sentem
sufocados com a fumaça do
fogo.
Mauro Sérgio aponta situação de grota repleta de resíduos (Foto: Moura Alves/ O Dia)
“Quando dá meio dia e eles
começam a queimar, os funcionários ficam sufocados
por causa das fumaças. Aqui
a gente trabalha com pessoas
de toda as idades, desde crianças a idosos, e é uma situação
complicada para eles, que são
mais sensíveis a doenças. A
gente fica um pouco preocupada pela questão da saúde”,
explica.
Insegurança
A insegurança é outro problema levantado pelos moradores do bairro Redenção. O
morador Mauro Sérgio conta
que a região é muito perigosa
e constantemente há invasão
de usuários de drogas no centro social e na própria Casa de
Metara. “Tem um monte de
usuários que pula esses muros baixos aí para fumar. E a
gente se sente inseguro com
essa situação. É toda noite”,
desataca.
Por sua vez, a orientadora
pedagógica da Casa de Metara
afirma nunca viu ninguém pulando o muro do local. “Mas,
por terceiros, a gente sabe que eles pulam, até porque a
Casa já foi arrombada durante a noite. A gente chega tem
muitas latinhas; eles, às vezes,
ficam fumando durante a noite e quando os agentes de portaria chegam, se afastam. Essa
sensação de insegurança é
muito ruim, mas somos acostumados com o local”, diz.
Contraponto
O gerente de Serviços Urbanos da Superintendência
de Desenvolvimento Urbano SUL (SDU/SUL), Isaú
Araújo, informa que a Prefeitura limpa o local citado nesta reportagem, mas a
população insiste em fazer
o depósito irregular do lixo.
“Uma vez por semana, fazemos a limpeza dos locais e o
povo insiste em colocar lixo
de forma irregular. Nossa
fiscalização está apurando,
estamos rondando, mas as
pessoas continuam jogando
entulho”, diz.
Ele informou que enviaria
uma equipe até o local para
fazer a limpeza e intensificar a
fiscalização. Isaú destaca que
jogar lixo em local irregular
pode resultar em multa, estabelecida pela Lei do Lixo
Zero. “A multa varia de R$ 70
até R$ 1.400, dependendo da
quantidade, da reincidência,
da quantidade de vezes que
a pessoa já foi multada pelo
mesmo motivo e outras variá-
veis”, explica.
Edição: Virgiane PassosPor: Karoll Oliveira