Os lavadores de carros que atuam na Avenida Maranhão denunciam que, devido à falta de manutenção pela Prefeitura de Teresina nos filtros do local, a água que utilizam na lavagem de veículos está sendo despejada no rio Parnaíba sem tratamento. A denúncia é do secretário da Associação dos Lavadores de Carros da Beira do Rio, Cardoso Oliveira, de 44 anos. Segundo ele, a limpeza dos filtros não é feita há pelo menos dois anos e, por isso, a água contaminada está caindo diretamente no rio.

^{Filtro sem manutenção na Avenida Maranhão. Foto: Assis Fernandes/ODIA} 

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“Os filtros servem para que a água que a gente usa, para lavar os carros, volte para o rio Parnaíba purificada, sem substâncias. Como a limpeza desses filtros não está sendo feita, a água cai contaminada. O outro problema é que sem a construção do esgoto em parte da Avenida Maranhão, outros objetos caem dentro do rio também”, conta.

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^{Água contaminada sendo despejada no Rio Parnaíba. Foto: Assis Fernandes/ODIA} 

Ainda segundo o secretário, os lavadores reivindicam a construção de banheiros públicos e a limpeza do lixo em vários pontos da avenida. Próximo ao Centro Administrativo, na Zona Sul de Teresina, o Portal O DIA.com encontrou entulhos às margens da via.

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“Nós não temos banheiros públicos ao lado da avenida. Muitos trabalhadores pedem para fazer suas necessidades em lojas próximas daqui. Muitas pessoas chegam nas primeiras horas da manhã e só deixam de trabalhar no início da noite. Essa é uma situação muito complicada. Outra coisa, é lixo próximo ao leito do rio, pois não há cestos para a coleta”, conta.

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A construção da calçada também é motivo de reclamação. “A construção da calçada também beneficiaria quem usa o espaço para correr pela manhã. Tem muita parte quebrada e o esgoto prejudica bastante”, disse.

^{Lixo próximo ao leito do rio. Foto: Assis Fernandes/ODIA} 

Atualmente, cerca de 500 famílias vivem da lavagem de carros na Avenida Maranhão. Cardoso informou, ainda, que a associação vai criar um sindicato para ajudar na busca por melhores condições de trabalho.

“As condições não são as ideais. Por isso, a gente precisa de uma orientação. A associação vai criar um sindicato para lutar por melhores condições de trabalho para quem vive da lavagem de carros aqui na Avenida Maranhão. Além disso, cobrar do poder público melhorias que não vão servir só para gente, mas para todos que passam por aqui”, finaliza.

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Outro lado

O gerente de parques da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam), Claudinei Feitosa, informou que os filtros foram instalados pela antiga SDU Centro/Norte, hoje Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas (Saad Centro), que ficou responsável pela manutenção dos equipamentos. 

“A Semam fez ações de educação ambiental para os lavadores não jogar lixo nas margens do rio Parnaíba e nem usar produtos químicos forte”, resumiu.

Procurada pela reportagem, a Saad Centro disse que “não tem contratos para realizar esse tipo de manutenção que é oriunda de atividade econômica privada”. 

Já a Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas Sul (Saad Sul), através da sua Gerência de Obras e Serviços, disse que “tomou ciência da situação e irá encaminhar uma equipe técnica para uma vistoria in loco, após isso serão traçadas medidas a fim de solucionar a problemática”.