Os professores da rede municipal de ensino de Teresina realizam, na manhã desta quarta-feira (18), uma manifestação em defesa da vida. A categoria deflagrou greve sanitária na última segunda (16) reivindicando que as aulas presenciais do município só retornem depois que todos os docentes estiveram com o ciclo de imunização contra Covid-19 completo.
(Fotos: Jorge Machado/ODIA)
Sinésio Soares, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), destaca que a greve tem a finalidade de pedir à Prefeitura de Teresina que aguarde o tempo de imunização completa dos docentes e que ofereça condições sanitárias adequadas para o retorno presencial.
“Quando estamos usando máscara em local aberto o risco é 400 vezes menor, pois o ar está circulando, mas nos locais fechados, especialmente com a variante Delta, os riscos são enormes. Então entendemos que a Prefeitura de Teresina deve aguardar a segunda dose e os 15 dias da imunização completa. Das 320 escolas, 209 escolas não têm condições sanitárias para medir a temperatura, tapete sanitizante, treinamento para o pessoal da limpeza, entre outros”, disse.
Ainda de acordo com Sinésio, a proposta é de que os professores possam ministrar aulas remotamente até que possam retornar às salas de aula, de modo presencial, com segurança. O presidente do Sindserm reforçou que desde janeiro protocolou uma pauta junto à gestão municipal e à Secretaria Municipal de Educação (Semec) para tratar sobre a temática, mas que até o momento nenhuma demanda foi atendida.
Trabalhadores protestam contra a PEC 32
Outra reivindicação da categoria é contra a PEC 32, que segundo o representante do sindicato "destrói o serviço público”. Ele enfatiza que, se a PEC for aprovada, cerca de 90 mil cargos estarão à disposição do governo sem a realização de concurso público, que serão preenchidos por meio de indicação.
“Outra coisa é que ele praticamente destrói o Sistema Único de Saúde (SUS, que está salvando tanta gente nessa pandemia. Além disso, o concurso público também se encontrará ameaçado. É um ataque brutal, um desmonte do estado e estamos alertando o perigo que é essa PEC que está no Congresso e precisamos derrotar”, disse Sinésio Soares.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Piauí, Paulo Bezerra, destacou que a reforma administrativa prevista pela PEC 32 tem como objetivos retirar do Estado a responsabilidade para com a população.
“A reforma administrativa vai simplesmente tirar os últimos direitos que a população tem, que é receber serviços gratuitos como previsto na Constituição, vai tirar direitos de trabalhadores e terceirizar outra parte dos serviços públicos. Teremos serviços públicos privatizados, o que vai encarecer para a população que já paga por esses serviços a partir dos impostos arrecadados”, enfatiza.
Paulo Bezerra frisou a manutenção do auxílio emergencial devido à crise causada pela pandemia da Covid-19, e reforçou que o índice de desemprego continua elevado, além dos altos preços de produtos e serviços.
Herbert Marinho, do sindicato dos Urbanitários, destaca que a categoria também é contra a PEC 32, devido a precarização do setor administrativo. “A PEC pretende precarizar o serviço público, atacando os trabalhadores. Empresas públicas, como a Chesf, bancários, Correios, entre outras, que fazem o desenvolvimento do Governo Federal através das empresas públicas, deixarão de empregar pessoas através de concurso público”, complementou.
Uma nova manifestação está marcada para acontecer no dia 07 de setembro. Porém, o local ainda não está definido.