"Não estamos pedindo um favor, estamos lutando por um direito", “Diga não ao feminicídio”, “Não a impunidade”, “Paz em nossa sociedade”, dizem os cartazes carregados pela Frei Serafim na manhã deste sábado (18). A caminhada foi organizada pela família de Iarla Lima, morta pelo ex-tenente do exército José Ricardo da Silva Neto.
O ato é uma forma de alertar e conscientizar a sociedade sobre o número crescente dos casos de feminicídio na capital. A atividade tem o apoio dos familiares e amigos de Camila Abreu, que foi morta pelo namorado capitão da Polícia Militar Allison Wattson.
Jordi Mesquita, organizador da caminhada e primo de Iarla, comenta sobre a importância de alertar a população acerca dos casos de feminicídio. “Essa luta não é só nossa, é de toda a sociedade, para que outras Camilas ou Iarlas, não venham a perder sua vida, assim de forma tão banal. Sabemos que elas não foram as primeiras, mas nossa luta é para que sejam as últimas”, afirmou.
Dulcineia Lima, mãe de Iarla, participou da caminhada e ressalta que hoje a sua luta é para que outras mães não passem pelo que ela passou. “Nossa intenção é justamente chamar atenção da sociedade para não acontecer mais casos semelhantes ao da minha filha, ou da Camila Abreu. Estou nessa luta porque dói muito não ter minha filha mais comigo”, disse emocionada.
Karla Oliveira, advogada do caso da Iarla, conta um pouco sobre o andamento do caso e a importância da realização de atos contra o feminicídio. “O ex-tenente estava sobre custódia do 2º BEC, porém, depois da solicitação de transferência feita pela AGU (Advocacia Geral da União), o acusado irá para um presidio comum e será julgado como um civil. Feminicídio é a morte da mulher por questões de gênero. Ela pode acontecer por violência doméstica ou pela relação de desprezo e descriminação da condição de ser mulher”, ressalta.
A caminhada teve como percurso toda a Frei serafim,
com parada em frente ao 2º BEC. A
concentração aconteceu em frente à igreja São Benedito, localizada no centro de
Teresina. Além dos familiares e amigos de Iarla e Camila, a expectativa é de
que 200 pessoas tenham participado do ato, incluindo moradores de Governador
Eugênio Barros do Maranhão, cidade natal de Iarla.
Por: Geici Mello e Karoll Oliveira (do local)