Já imaginou conviver com um esgoto a céu aberto e ter que usar calçadas de vizinhos para chegar ou sair de
casa? Essa é a situação enfrentada há mais de 20 anos por moradores da Rua F,
no bairro Angelim, na Zona Sul de Teresina. A água empossada na via chega a
cobrir os pés de quem passa pelo local. O aposentado José da Cruz, de 78 anos, teve
que construir uma mureta na frente da sua residência para impedir a passagem da
água.

O aposentado José da Cruz mora na região desde 1991. Foto: Assis Fernandes/ODIA
Ao Portal O Dia.com, o aposentado
contou que no período chuvoso a situação piora. “Eu mesmo construí para impedir
a passagem da água, que já dura mais de 20 anos. A água empossada é profunda ao
ponto de cobrir os pés de qualquer pessoa. Nem motociclista tem coragem de
passar. No período chuvoso, a situação piora”, relata.
Sem ter como sair e entrar em casa
usando a rua, ele precisa usar calçadas de vizinhos para entrar na sua residência.
“Você imagina ter que passar por isso há mais de 20 anos. Já falamos com vários
órgãos, mas só existe a promessa. O pobre também precisa ter dignidade”,
reclama.

José da Cruz precisa usar calçadas de vizinhos para sair e chegar em casa. Foto: Assis Fernandes/ODIA
Na frente da casa de José da Cruz,
mora a também aposentada Maria Luzia, de 68 anos. Segundo ela, nem atendimento
médico os moradores conseguem ter acesso por causa das péssimas condições da rua.
“As pessoas têm desgosto para
entrar aqui por causa da água. Nós só conseguimos entrar em nossas residências se
andarmos pelas calçadas. Além disso, quem precisar de algum serviço de saúde
pode esquecer porque a ambulância não tem condições de parar na porta das casas.
É uma vergonha”, relata.
Calçada alta dificulta mobilidade de idosos que se arriscam em pedras para ir e vir. Foto: Assis Fernandes/ODIA
A outra moradora Elisangela Mendes
Martins, de 44 anos, relatou que o problema se agrava ao longo dos anos e teme
ficar doente devido ao acúmulo de água parada.
“Essa situação está assim há mais
de 20 anos. Quando chove, dá para andar até de canoa. Nós estamos ilhados
porque mesmo fora do período chuvoso essa poça fica a céu aberto chamando
mosquitos. Essa situação traz riscos para a nossa saúde, já que podemos pegar
dengue por causa da água parada. Cada dia a situação fica pior”, disse

Foto: Assis Fernandes/ODIA
Segundo os moradores, o problema acontece
devido à falta de escoamento da água e construção de uma galeria na região.
Além disso, de acordo com eles, o caminho que água percorre passa por um
terreno particular – sem manutenção – e se concentra na parte mais baixa da
rua.
“A água vem de outras ruas do bairro,
passa por esse terreno particular que não sofre manutenção e empossa nessa
parte mais baixa. No passado, foi prometida a construção de uma galeria para
solucionar o problema, o que não aconteceu. Enquanto isso, o local reúne
mosquitos, sapos e outros animais durante a noite”, finalizou Elisangela
Martins.
Outro lado
Em nota, a Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas Sul (Saad Sul) lamentou os transtornos causados aos moradores e informou que vai enviar uma equipe técnica para realizar "a vistoria do local e fazer o levantamento das devidas providências a serem tomadas para solução do problema na região."
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