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Táxi-coletivo: motoristas e cobradores de ônibus temem novas demissões em Teresina

A categoria também afirma que alguns grupos de pessoas não serão beneficiado com o projeto, como idosos e cadeirantes

02/06/2021 12:24

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) se reuniram nesta quarta-feira (02) em frente à Câmara Municipal de Teresina para protestar contra o projeto de lei intitulado ‘Táxi-coletivo’, de autoria do vereador Leonardo Eulálio (PL).

O projeto visa transformar os táxis em alternativas de transporte viável para a população, devido à crise que o sistema rodoviário da capital vem enfrentando, uma vez que somente 56% da frota de coletivos está circulando e existem mais de dois mil taxistas em Teresina.

(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Contudo, motoristas e cobradores não aprovaram a proposta apresentada pelo vereador e temem que o projeto prejudique ainda mais o sistema de transporte coletivo de Teresina, gerando novas demissões e a redução de mais veículos circulando na cidade. 

“Queremos projetos que gerem emprego e mão de obra, e não que acabem com o que já tem. Vai desempregar uma cadeia de trabalhadores, desde lavadores às pessoas do escritório. Estamos defendendo nossos empregos. Além disso, queremos políticas públicas que realmente tragam benefícios para a população e trabalhadores, não políticas paliativas e que vão beneficiar um público muito pequeno”, disse Antônio Cardoso, motorista e representante do Sintetro.

(Foto: Eliezer Rodrigues/ODIA)

Ainda de acordo com Antônio Cardoso, o transporte coletivo é essencial para uma cidade, especialmente porque dá direito de gratuidade a cadeirantes, idosos, deficientes físicos, além de ter em sua rota instituições que atendem esses públicos, como a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e o CEIR (Centro Integrado de Reabilitação), que atendem pessoas com alguma deficiência ou demanda diariamente. 

O representante do Sintetro acrescentou também que o valor a ser cobrado pelos taxistas não cobrirá os custos, sobretudo se eles fizerem longas distâncias. Outro ponto que chama atenção é sobre a saída dos táxis, que não terá partida dos terminais, local de maior concentração de passageiros. 

“O táxi-coletivo cobra uma passagem de R$4, ou seja, transportando quatro pessoas o valor será de R$16. Sabemos que esse valor vai dar renda para o motorista, além de ter um público que sabemos que eles não vão levar, como os que têm gratuidade. Os taxistas também não vão sair dos terminais, como ocorre com os ônibus, especialmente dos bairros mais distantes até o Centro”, acrescenta.

(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

O motorista Cláudio Gomes enfatiza que o projeto Táxi-coletivo não apresenta soluções concretas para transporte coletivo da Capital e que os trabalhadores da categoria estão enfrentando dificuldades reais com a crise no sistema. “A nossa situação é de calamidade pública, e alguns projetos que essa Casa está apresentando para solução, infelizmente, vão terminar de afundar o transporte público de Teresina”, conclui.

Por: Com informações da Eliezer Rodrigues, da O DIA TV
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