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Temperaturas em Teresina devem passar dos 40 graus em setembro

Os teresinenses já vêm sentindo os efeitos do aumento da temperatura desde o final de julho.

09/09/2022 10:34

O B-R-O-Bró, período mais quente do ano, começou oficialmente no último dia 01 de setembro. No entanto, os teresinenses já vêm sentindo os efeitos do aumento de temperatura desde o final de julho. O calor e o tempo seco característicos dessa época deverão se intensificar ainda mais nas próximas semanas segundo as projeções meteorológicas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

A previsão é que as temperaturas máximas em Teresina ultrapassem os 40 graus durante todo este mês de setembro e uma parte de outubro. Isso se deve à ação da massa de ar seco que está instalada sobre o Piauí. Quem explica é a meteorologista da SEMAR, Sônia Feitosa.


Temperaturas em Teresina devem passar dos 40 graus ainda este mês - Foto: Jailson Soares/O Dia

“As condições de clima para o Piauí em setembro são de continuidade de tempo seco e altas temperaturas, além da umidade relativa do ar muito baixa até outubro. Durante setembro, as temperaturas devem ser bastante elevadas variando de 30 a 40 graus e a mais de 40 graus e isso se deve à condição de vários dias sem chuva, condições de massa de ar seco que está instalado sobre o Estado”, diz.

Sônia lembra que esse cenário de calor e baixa umidade não está restrito só a Teresina. Cidades no entorno da capital também têm sentido os reflexos do B-R-O-Bró mais intenso deste ano. Nesta segunda-feira (05), por exemplo, o município de Piripiri registrou temperatura máxima de 40,4 graus durante a tarde.


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O tempo seco e quente só deve amenizar um pouco ao final de outubro, quando as primeiras chuvas começam a apontar no Sul do Piauí. É quando deve iniciar o período chuvoso no Estado. Teresina, no entanto, deve demorar um pouco mais para sentir os efeitos dessas precipitações.

Calor aumenta a procura dos teresinenses por produtos refrescantes

Se por um lado o tempo seco não ameniza, por outro, os teresinenses têm buscado formas de conseguir driblar a sensação de calor que se abate sobre quem vive aqui nesta época do ano. Usar roupas mais leves, investir na compra de guarda-sol e manter-se sempre hidratado são algumas atitudes que ajudam a aliviar os efeitos do B-R-O-Bró.


Teresinenses têm buscado formas de conviver com o calor do B-R-O-Bró - Foto: Assis Fernandes/O Dia

No Centro de Teresina, por exemplo, vendedores de água mineral e água de côco já percebem um leve aumento nas vendas. Ainda não é o suficiente para cobrir as perdas acumuladas durante os períodos mais críticos da pandemia, mas já significa alguma coisa. É o que afirma a senhora Maria do Socorro Silva. Ela é dona de uma banca de água de côco no cruzamento da Rua Álvaro Mendes com Rua Simplício Mendes há 21 anos e revela que o calor que incomoda os teresinenses nesta época para ela significa incremento de renda.

O problema, ela conta, não é nem o calor em si. É o baixo movimento do comércio no Centro que impacta diretamente em suas vendas. “As vendas aumentam muito nesse calor, porque as pessoas sentem mais sede e procuram mais nosso produto. O ruim é que depois da pandemia, que nossas vendas caíram em 80%, nunca voltou à mesma coisa de antes. Antes eu vendia de 120 a 130 côcos por dia. Hoje, eu vendo 40 a 50 côcos mesmo nesse calor. É mais do que eu vendo nos outros dias do ano, mas ainda é pouco”, explica dona Maria do Socorro.


Dona Maria do Socorro diz que as vendas de água de côco aumentam sempre no B-R-O-Bró - Foto: Assis Fernandes/O Dia

O preço de uma água de côco varia conforme o tamanho do copo. O pequeno custa R$ 2 e os maiores chegam a custar arte R$ 5. A água vendida é extraída direto do côco natural e vem gelada.

E é por produtos gelados que a população procura para poder se refrescar neste calor. Foi analisando esta demanda específica do B-R-O-Bró que o vendedor ambulante Fernando Silva de Castro resolveu investir na venda de frutas geladas e temperadas no pote. Dono de uma banca, ele passa as manhãs no cruzamento da Rua Álvaro Mendes com Rui Barbosa e à tarde costuma seguir até a Praça da Bandeira e a Avenida Campos Sales.

No carrinho, leva dois isopores grandes com gelo para armazenar as frutas, que são descascadas e cortadas na hora. Entre as mais procuradas estão a manga e a laranja. “Eu trabalho com fruta tem seis anos. Quando o período quente diminui, eu mudo minhas vendas para outra mercadoria, mas quando o período quente chega, eu trabalho mais com as frutas geladas. Eu só vendo fruta gelada sabendo que vou ter cliente e nesse período, tem muito”, explica Fernando.


Fernando conta que os clientes preferem sempre as frutas geladas às naturais - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Um copo pequeno com pedaços de fruta gelados e cortados custa R$ 3. O copo grande custa R$ 5 e o cliente pode escolher se quer ou não temperar com sal, mel, pimenta do reino e outros condimentos. “Vem abacaxi gelado, laranja gelada. Tem que ser tudo gelado, porque se for natural, o cliente não quer”, relata o vendedor.

Neste período de B-R-O-Bró, Fernando costuma vender por dia 70 reais em potinhos de fruta gelada. Para efeito de comparação, quando ele começou a comercializar as frutas no começo da estação mais quente, vendia uma média de 10 laranjas por dia. Hoje, saem ao menos três sacolas da fruta antes do final do dia.

“O negócio é não ficar parado e aproveitar as oportunidades que a cidade dá. Se o tempo vira e fica quente, eu vendo coisa gelada porque é o que ajuda a aliviar um pouco nosso calor. O calor para mim é bom. É dinheiro entrando”, finaliza Fernando.

Guarda-sol é item essencial

Não só se refrescar, mas também se proteger do sol. É esta a palavra de ordem para os teresinenses no período mais quente do ano. Uma volta pelas ruas do Centro em uma manhã e é possível encontrar as pessoas se abrigando do sol nas guaritas das lojas, utilizando camisas de manga comprida circulando com chapéu ou guarda-sol para se abrigar dos raios ultravioleta.


Dona Maria Lúcia Batista diz que não sai de casa sem o guarda-sol - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Guarda-sol é artigo necessário para sair de casa. Ao menos no caso da dona de casa, Maria Lúcia Batista. Sempre que precisa ir ao Centro ela diz que pega o próprio guarda-sol antes mesmo de pegar a bolsa para sair. “Não dá para andar nessa cidade sem um negócio na cabeça para evitar se queimar, não. Aqui é meu guarda-sol para onde eu vou. Saiu da sombra, eu abro ele. Esse sol cansa e ainda queima e eu não quero adoecer nem passar mal. É necessidade”, finaliza ela.

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