As aulas da rede privada de Teresina devem acontecer ainda neste mês de janeiro. Após quase dois anos afastados da sala de aula, devido à pandemia da Covid-19, os estudantes devem retornar 100% presencial ao ambiente escolar. Pelo menos é o que esperam mães e pais que integram o movimento “Volta às Aulas Teresina”. Os pais alegam que os filhos estão tendo prejuízos por ficarem tanto tempo afastados das escolas e pedem flexibilidade nos protocolos.
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Ilara Macedo coordena o Movimento Volta às Aulas Teresina e conta que o movimento teve início no final de 2020. Segundo ela, as mães se uniram após perceberam que diversos setores da sociedade estavam retornando com o funcionamento normal, inclusive boates, no entanto, as escolas permaneceram fechadas.
“Entendemos que a educação é fundamental, e que o emocional, físico e social das nossas crianças está muito prejudicado em virtude do isolamento que estamos tendo por conta do fechamento das escolas. Toda mãe que se dedicou ao filho, que conhece a criança, percebeu a grande dificuldade que as crianças tiveram durante o período de fechamento das escolas, de choro, aumento ou perda de peso, agressividade e irritação, as crianças estavam muito alteradas. e verificamos que era por falta da rotina deles. Pai e mãe voltaram a sair para trabalhar, todo mundo tendo uma vida normal, menos eles, o que não era justo”, reforçou.
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
Em janeiro de 2021 foi apresentado um protocolo que previa a reabertura das escolas em regime híbrido, ou seja, metade das crianças iam para a escola em dias ou semanas alternados. A medida era válida para crianças a partir do 1º Ano do Ensino Fundamental. Porém, a coordenadora pontua ainda que, o que deveria ser uma medida emergencial, se estendeu por todo o ano de 2021.
“Verificamos que era prejudicial, tanto para o aprendizagem como para a rotina e habilidades socioemocionais dessas crianças, porque eles não tinham uma rotina estruturada, e isso não se revelou uma coisa saudável. Houve uma alteração, que permitia o retorno de 100% desde que coubesse em sala de aula e mantendo o distanciamento. O que pedimos é que esse distanciamento seja eliminado e todas as crianças possam efetivamente retornar para as salas de aula, porque essa regra não existe mais em nenhum outro ambiente da sociedade, apenas nas escolas, e onde sabemos que é o ambiente mais seguro que existe”, frisa Ilara Macedo.
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe), Leonardo Airton Soares, destaca que o Sindicato se preocupa com todos os protocolos e as recomendações estabelecidas pelo COE (Comitê de Operações Especiais). Em reunião realizada na última quarta-feira (05), juntamente com representantes do comitê, e secretários da Educação e Saúde, o Sinepe solicitou uma reavaliação do protocolo, de modo que permitisse o retorno presencial de 100% dos alunos da rede privada da Capital.
“Respeitamos o movimento de mães, que é importante essa temática, mas, enquanto sindicato, nós iremos sempre obedecer aquilo que é previsto. O protocolo do distanciamento é o que nos impede de retornar presencial, e fomos pedir ao governo do estado que reavaliasse esse protocolo, tendo em vista que todos os professores estão imunizados e com a terceira dose adiantada, a população adulta está com mais de 70% imunizada, mais da metade dos estudantes de 12 a 17 estão imunizados. E há o protocolo para vacinar crianças de 05 a 12 anos, No Piauí, pretende-se vacinar 331.432 pessoas nesta faixa etária”, comentou Leonardo Airton Soares.
O presidente do Sinepe reforça que, desde 2020, as escolas se prepararam para receber os alunos, com todos os protocolos e regramento, cumpridos e fiscalizados pela Vigilância Sanitária. “Temos um índice de contaminação muito baixo nas escolas. Isso é uma vitória, provando nossa organização e a segurança que o ambiente escolar tem”, complementa.
Outros medidos
O Movimento “Volta às Aulas Teresina” pede ainda a redução dos dias de afastamento das turmas em caso de uma criança positivar. As mães apontam que apenas cinco dias de afastamento seriam suficientes para eliminar o risco de contaminação. Essa medida seria válida para crianças menores de 12 anos, a depender da necessidade do momento, e não seriam utilizadas para crianças de até 6 anos.
O grupo de mães pede ainda que sejam aplicados os protocolos para bares e restaurantes, no qual as crianças possam ficar em suas carteiras escolares sem fazer uso de máscara facial, e fora em maior circulação de pessoas como intervalos recreativos com máscara.
Por: Com informações de Lalesca Setúbal, da ODIA TV