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Teresina: paciente aguarda quase 3 anos para agendar consulta e retorno no SUS

Ao O DIA, a paciente denunciou a demora na fila de espera do SUS para atendimento com reumatologista

06/04/2022 14:54

Há quase três anos, a Defensora Popular e educadora Iluska Cristine está tentando uma consulta com um reumatologista pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Teresina. Ao O DIA, a paciente conta que na localidade onde ela morava, Tabocas, na zona Sudeste, e onde mora atualmente, Parque Brasil, na zona Norte, não existem postos de saúde. Com isso, as pessoas são direcionadas ao posto do bairro mais próximo. Entretanto, Iluska relata que o atendimento é lento, devido às demandas do próprio bairro. 

A Defensora conta que desde 2020 estava tentando se consultar. Porém, apenas após um ano de tentativa, obteve sucesso, conseguindo ser atendida em novembro de 2021. ”Como foi a primeira consulta, o médico passou alguns exames. No mesmo dia, no Hospital Universitário eu já procurei marcar o retorno para entregar os exames, mesmo nem tendo os feito ainda, pois, eu sabia que iria demorar. Contudo, ainda hoje não consegui entregar os exames, por não ter a consulta de retorno", explica Iluska Cristine.

A paciente entregou os exames, mas, até agora, cinco meses após a primeira consulta, ainda não houve retorno. “Já faz 5 meses que aguardo a consulta de retorno. E tem quase 3 mil pessoas em minha frente na fila de atendimento”, informa. 

A Defensora Popular Iluska Cristine vem tentando uma consulta com reumatologista há quase três anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Iluska chegou a procurar a ouvidoria da Fundação Municipal de Saúde (FMS) a fim de obter esclarecimentos, mas foi informada que precisava apenas aguardar chegar a sua vez de ser atendida. A FMS informou ainda que o responsável pelo atendimento é o próprio Hospital Universitário (HU) e o Hospital, por sua vez, informou que quem cuida da regulamentação é a FMS. 

Sobre o assunto, a equipe de reportagem do O DIA procurou a FMS, que afirmou que a marcação de consultas segue as prioridades definidas pelo Ministério da Saúde. As vagas dependem da oferta por parte dos profissionais, clínicas e hospitais credenciados. 

“Durante o pico da pandemia da Covid-19 os atendimentos eletivos foram suspensos em todo o país e em Teresina foram retomados no segundo semestre de 2021. Para algumas especialidades a demanda reprimida é maior, como oftalmologia, ortopedia, cardiologia e neurologia”, informou a FMS. 


“Não estou tendo vida”, afirma paciente que busca por atendimento no SUS 

Iluska Cristine conta que as dores que sente pioram a cada dia que passa e que a suspeita é que seja fibromialgia ou lúpus. Dessa maneira, a consulta de retorno se faz de extrema importância para que a mesma saiba como proceder após os exames que já foram realizados há cinco meses.

A paciente relata que sente dores nos braços, nas pernas, além de sentir suas mãos e dedos duros. "As dores que eu sinto só pioram cada dia mais. Eu não estou mais suportando tantas dores. Não estou tendo vida, todo meu corpo dói, os ossos latejam, não consigo andar, sentar ou dormir direito sem sentir dor Minhas mãos ficam enrijecidas, até pentear o cabelo dói", disse. 

A Defensora Popular destaca ainda que uma vaquinha de doação online foi iniciada a fim de conseguir recursos para uma consulta particular, visto que o estado de saúde da mesma vem piorando devido a demora no atendimento. 

Para ajudar na campanha, clique aqui. A paciente disponibiliza ainda o número (86) 9 9498-8666 para contato e o PIX 028.343.553-47 (CPF) para doações. 

“A intenção é arcar com consulta e exames, cada consulta custa, no mínimo, R$ 300. Além disso, ainda existe a possibilidade de precisar arcar com remédios”, acrescenta. 

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