A partir de segunda-feira (11), 200 ônibus devem circular pelas ruas da capital. É o que prevê o acordo firmado entre a Prefeitura Municipal de Teresina e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Os empresários esperam, agora, o pagamento da dívida de R$ 21 milhões, parcelados inicialmente em três vezes, para que o transporte público retorne de forma integral.
De acordo com a consultora jurídica do Setut, Naiara Moraes, a nova ordem de serviço só deve acontecer após o pagamento combinado com a Prefeitura.
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Foto: Assis Fernandes/ODIA
“A frota só será ampliada após o pagamento firmado. O acordo previu o início do pagamento para que as empresas possam alocar mais carros e funcionários. A atual ordem de serviço é de 200 ônibus”, esclareceu a advogada.
Trabalhadores do transporte
O retorno definitivo do transporte público de Teresina está dependendo agora de um acordo entre os empresários e os trabalhadores do setor. A reunião dos empresários com os trabalhadores acontecerá na próxima terça-feira (11). Na ocasião, Setut e Sintetro vão discutir sobre a convenção coletiva da categoria, que pede o fim do pagamento em diárias e a manutenção do piso salarial e de benefícios como tíquete alimentação e plano de saúde.
Além disso, será apresentada no encontro a ordem de serviço da Strans às empresas que discrimina a quantidade de ônibus que devem retornar para as ruas e como essa logística será implantada. Mas antes que os coletivos voltem a circular normalmente pela cidade, outros pontos também terão que ser considerados: a manutenção dos veículos que ficaram um ano e nove meses parados nas garagens e a contratação de mais profissionais para que a demanda seja atendida.
É que, segundo informou o Sintetro, durante a pandemia cerca de 70% dos trabalhadores do setor de transporte público de Teresina foram demitidos. Antes da crise sanitária, o segmento contava com aproximadamente 1.600 profissionais divididos entre motoristas, cobradores, fiscais e manutenção. Hoje, este número não chega nem a 500. É o que diz o presidente do Sintetro, Ajuri Dias.
Questionado sobre o que será feito caso os trabalhadores e os empresários não cheguem a um acordo quanto à convenção coletiva da categoria, o presidente do Sintetro foi taxativo: não haverá retorno do transporte sem acordo. Ele explica que o que os trabalhadores estão pedindo é a assinatura da convenção de 2019 que prevê salário de R$ 2.029 para motoristas e de R$ 1.888 para cobradores. Se os empresários não aceitarem a proposta, afirma Ajuri, o retorno dos ônibus na capital ficará inviável.