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Urina preta: depois de queda nas vendas, Mercado do Peixe tenta atrair clientes

Segundo os permissionários, desde que a fake news surgiu, as vendas caíram 80%

24/09/2021 10:34

Nos últimos dias, circulou nas redes sociais casos suspeitos da Doença de Haff, conhecida como urina preta. Apesar do Piauí não ter registrado nenhum caso da doença, que é provocada pela ingestão de peixes ou crustáceos contaminados, isso causou alarde na população, que chegou a reduzir o consumo de pescado, reduzindo as vendas, como no Mercado do Peixe

Permissionários fazem "churrasco de peixe" para atrair consumidores (Fotos: Maria Clara Estrêla/ODIA)

Para atrair novamente esses consumidores, os permissionários realizaram, na manhã desta sexta-feira (24), um “churrasco de peixe”. O objetivo é tirar dúvidas dos consumidores e destacar que o local segue as recomendações de segurança e saúde, mantendo, assim, a qualidade dos produtos comercializados no local.

Francisco de Macedo, gerente do Mercado do Peixe, pontuou algumas estratégias que estão sendo adotadas pelos permissionários para reaver as vendas perdidas com a Fake News da urina do peixe no Piauí. Segundo ele, os trabalhadores tiveram prejuízo em torno de 80% nas vendas.

A Sesapi já divulgou ofício de que não tem nenhum caso no Piauí com urina preta, mas os clientes de afastaram do Mercado do Peixe. Estamos fazendo um ‘churrascão’ com todas as espécies de peixe, tanto de água doce como salgada, para atrair o clientes, porque aqui tem peixe de qualidade”, disse.

O gerente reforçou que os produtos são armazenados em câmaras frias. Além disso, o Mercado conta com uma fábrica de gelo, garantindo, assim, que não falte este insumo que mantém o peixe em temperatura adequada. Os pescados vendidos no local são trazidos de outros estados, como da Bahia.

“Queremos agradecer aos clientes que estão acreditando, que estão esquecendo essas fakes e estão vindo comprar os peixes e degustar. Vamos continuar fazendo outras campanhas para que clientes retornem ao Mercado do Peixe”, acrescentou.

O permissionário Aelson Dias da Silva conta que trabalha com pescados desde os 10 anos e reforça que os produtos vendidos no Mercado do Peixe são de extrema qualidade. “Eu sempre compro e sempre comprei. Gosto muito do que eu faço e trabalhar com isso é um prazer. É um produto muito saudável e muito bom”, cita.

A permissionária Nadja Miranda trabalha há 10 anos no Mercado do Peixe. Ela enfatiza que a doença da urina preta está relacionada com o mau acondicionamento do produto e não ao peixe em si.

“O peixe é um dos produtos mais nutritivos. Esse festival do peixe é exatamente para mostrar que pode consumir nosso peixe, porque tem qualidade, acondicionado. Nós garantimos a qualidade do produto. São muitas informações que chegam e isso assusta as pessoas, mas queremos deixar bem claro que podem confiar no nosso produto. Essa é uma doença causada por mau acondicionamento e conservado, não necessariamente do peixe. Queremos deixar isso bem claro”, pontua.

A consumidora Teresinha Maria Vidal (53) conta que residiu próximo ao Mercado do Peixe por mais de 15 anos. Mesmo após mudar de bairro, nunca perdeu o hábito de consumir os produtos vendidos no local, não somente pela qualidade, mas pelo preço, que é bastante acessível. “Nunca tive problema, tudo tem qualidade e é mais em conta. Eu sempre voltei aqui para comprar e vim aqui para aproveitar o churrasco e aprovar a qualidade do produto”, disse.

O permissionário Carlos Alberto da Silva trabalha no Mercado do Peixe há 19 anos e conta que os trabalhadores do local nunca tiveram tantas perdas como agora. Ele cita que a fake news da urina preta prejudicou os permissionários, especialmente na venda do Tambaqui.

“É um efeito dominó. Afetou a gente, os fornecedores, os criadores, diminuímos as compras. Prejuízo para nós e para eles. Quando os peixes chegam para nós, eles são processados, lavados e armazenados em isopor com gelo. Não há perigo de contaminação”, concluiu o permissionário Carlos Alberto da Silva.

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