Uma semana após a tragédia no Parque Rodoviário, na zona Sul de Teresina, 53 famílias atingidas pela enxurrada estão recebendo auxílios de diversas instituições e voluntários. Todas as doações e políticas públicas estão sendo voltadas para a reconstrução do local, que foi destruído pela lama, e para prestar assistência social às vítimas.
Os voluntários e moradores da região estão se mobilizando, desde o dia da tragédia, para buscar ajuda às famílias que ficaram desabrigadas. Além dos donativos que já estão sendo entregues, como alimentos e roupas, agora as famílias aguardam por outros itens, como utensílios domésticos e, principalmente, um lar.
É o caso da dona Valdirene Pereira, de 51 anos, que perdeu tudo que tinha. Ela residia em uma das casas que foi completamente destruída pela lama. Instalada nas dependências da Igreja Nossa Senhora Maria Auxiliadora com mais três famílias, ela sonha em ter uma casa de volta.
Dezenas de moradores perderam tudo o que tinham na enxurrada que devastou o Parque Rodoviário - Foto: Poliana Oliveira/O Dia
“Aqui é bom, a gente recebe ajuda dos voluntários e de todo mundo que doa alguma coisa, mas eu queria minha casa, meu canto, ficar com meu esposo, filho, minha nora que está grávida e meu neto. Aqui não temos privacidade que teríamos na nossa casa, sabe?”, desabafa.
A mulher, que se mantinha com faxinas que realizava esporadicamente, conta que está totalmente dependente de doações. Ela se inscreveu no programa Cidade Solidária, onde as famílias atingidas recebem acolhimento temporário, além de auxílio financeiro de R$ 300 para alugar um imóvel. Com o esposo debilitado, Valdirene explica que ainda não teve condições de procurar um local para alugar.
“Meu esposo tem diabetes e, na enxurrada, parte do muro caiu em cima da perna dele, quando ele tentou me socorrer. Ele está machucado e precisa tomar remédio várias vezes ao dia. Meu filho sai para trabalhar e eu fico com meu neto, além da minha nora que está gestante. Não tenho como sair para procurar um imóvel enquanto eles ficam aqui sozinhos”, relata.
Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia